“Agora é que Angola vai avançar para a frente”, poderá ter dito o Kangamba com a chegada do General para governador provincial de Luanda. É este o General, Higino Carneiro, que se apresentou na televisão, em emissão mundial, dizendo ter dado início à indústria da madeira, no Kuando Kubango.
Por Domingos Kambunji
Os nossos índices de atenção e curiosidade, nesse instante, saltaram para os níveis máximos, pensando tratar-se de uma medida que iria contribuir para a diversificação da economia e a melhoria da qualidade de vida de alguns angolanos a residirem no Kuando Kubango. Desejámos que se tratasse da abertura de escolas de formação profissional e de fábricas de mobiliário ou de outros equipamentos, onde iriam ser maximizadas as mais valias da exploração da madeira.
Não. Afinal essa indústria da madeira do Higino resumia-se ao funcionamento do serrote no abate de árvores, de madeiras valiosas, para serem comercializadas, sem mais valias, talvez ao preço da chuva, a única responsável pelas epidemias em Angola, segundo diz o Kangamba.
É este o novo Messias que o MPLA escolheu para plantar mais sofismas na província de Luanda e arredores. Todavia, a entrada de leão parece estar a resultar numa saída de cão. Isto é, todo o ruído megafoneado com a chegada do libertador, do profeta do desenvolvimento, está a revelar-se um enorme fracasso.
O super-homem é ficção. A eficiência e a criatividade para a modernidade e desenvolvimento sustentados não são apanágio do movimento liderado por aquele que, qualquer dia, será mais famoso por ser o pai que enriqueceu a Isabel, com o dinheiro do povo, do que por ser um presidente desonesto e incompetente.
Afinal de contas o que é que o serrote do Kundo Kubango, veio fazer em Luanda? Segundo as notícias, muitíssimo repetidas, muito propagandeadas nos órgãos de informação do “reigime”, veio limpar o lixo acumulado na capital. Os mais ingénuos perguntarão: só por isso foi necessário empossar o serrote do Kuando Kubango como governador provincial? Não seria mais inteligente contratar uma empresa competente? O serrote veio para a capital apenas para ser o Governador do lixo?
Os mais desatentos poderão perguntar: “Os governadores provinciais são escolhidos pelo povo, em eleições, entre os candidatos que revelam mais inteligência e competência”?
Não! Eles são escolhidos pelo “reigime”, não são eleitos pelo povo dessas regiões administrativas. Nós esclarecemos os mais desavisados de que o país também tem muitos municípios, mas não tem autarquias. Os kapangas que chefiam essas áreas do país também não são eleitos, como nos países civilizados, são escolhidos, nomeados e empossados por “ordens superiores”, que emanam directamente do comandante-chefe da cleptocracia, o pai da Isabel.
Em Angola todas as decisões dependem de “ordens superiores”, até os abifamentos de capitais e a usurpação de terrenos.
Um comediante de Luanda surgiu recentemente com mais uma das suas anedotas. Quando alguém lhe perguntou porque não há florestas nos arredores de Luanda, ele respondeu: havia, mas as árvores fugiram todas quando souberam que o serrote foi nomeado governador provincial.
“Cleptocracia” continua a ser a palavra certa para definir, com rigor, o regime acastelado em Luanda ! …