Dólares (des)aparecem em combate

A venda de divisas à banca comercial angolana continua em mínimos de anos, tendo ficado na última semana pelos 55,5 milhões de dólares, menos 70% face à anterior, informou o Banco Nacional de Angola (BNA).

A informação consta do relatório semanal do banco central sobre a evolução dos mercados monetário e cambial relativamente à venda de divisas entre 18 e 22 de Janeiro.

Nas semanas anteriores de Janeiro, o BNA injectou nos bancos angolanos 330 milhões de dólares (305 milhões de euros), somando-se 55,5 milhões de dólares (51 milhões de euros) na última semana, valores historicamente baixos, devido à crise financeira, económica e cambial que Angola atravessa.

As vendas na última semana foram concretizadas a uma taxa de câmbio média de 156,388 kwanzas (93 cêntimos) por cada dólar, inalterada face à semana anterior.

Há pouco mais de um ano, a injecção de divisas no mercado angolano ultrapassava normalmente os 2.000 milhões de dólares por mês. Paralelamente, devido à escassez de divisas e limitações aos levantamentos impostas nos bancos, o mercado informal, de rua, já transacciona a nota de um dólar a mais de 350 kwanza.

Segundo o BNA, a venda de divisas na última semana correspondeu a 45,5 milhões de dólares (42,1 milhões de euros) em leilão de preço “para cobertura de necessidades gerais dos bancos comerciais”, somando-se dez milhões de dólares (9,2 milhões de euros) para garantir operações de viagens e remessas de dinheiro ao exterior do país “de natureza de ajuda familiar”.

A crise angolana resulta da redução de receitas fiscais do petróleo, e por consequência cambial, devido à redução da entrada de divisas no país, necessárias para garantir as importações de máquinas, matéria-prima e alimentos.

Persiste a forte redução da disponibilidade de moeda estrangeira no país, sendo o montante vendido aos bancos limitado às necessidades mais urgentes do sistema bancário e que obrigam a autorização do banco central.

Alguns bancos angolanos limitaram a venda de divisas a clientes a um máximo de 1.000 dólares (926 euros) por semana e bancos norte-americanos têm vindo a anunciar a suspensão de venda de dólares a Angola.

A falta de divisas, em função da procura, continua a dificultar, por exemplo, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

Fonte: Lusa

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