A distribuidora de vinhos portugueses Lusovini prevê facturar este ano mais de cinco milhões de euros, com praticamente metade do negócio em exportação para o Brasil, Moçambique e Angola, este último país ainda na liderança, apesar das dificuldades financeiras.
E m declarações à agência Lusa, em Luanda, o presidente da Lusovini, Casimiro Gomes, explicou que o negócio da empresa envolve mais de um milhão de garrafas e um crescimento estimado em 20%, para todos os 27 destinos do negócio, envolvendo vinhos de todo o país, inclusive de produção própria.
Angola garante uma quota de 23% do total, equivalente a cerca de 200 mil garrafas e um volume de facturação de um milhão de euros este ano, já com o efeito da crise actual, devido à quebra da cotação de petróleo no mercado internacional e às consequências no envio de divisas para o exterior.
“Em Angola, as dificuldades não têm sido tanto nas vendas e sim na conversão da moeda local em divisas. Aliás, surpreendentemente o mercado ainda compra mais do que o que a gente quer vender, as vendas até têm subido”, reconheceu Casimiro Gomes, assumindo que a crise cambial veio “arrefecer” o negócio angolano e levou, já em Março, a uma “diversificação” dos mercados de exportação da Lusovini.
“Temos o mercado dos Estados Unidos que entretanto cresceu imenso e já em Janeiro vamos anunciar um novo mercado de internacionalização dos nossos vinhos”, garantiu.
Ainda assim, cerca de 41% do negócio da empresa é assegurado pelas compras do Brasil, Moçambique e Angola. Precisamente estes três países são o alvo principal da aplicação para telemóvel desenvolvida pela Lusovini e que apresenta cerca de 200 dicas que prometem melhorar a experiência do consumo.
“Angola é o país do mundo, a seguir a Portugal, que mais gosta do vinho português. Aliás, estamos a lançar esta aplicação em Luanda pelo respeito que temos pelo mercado, apesar destas dificuldades actuais”, acrescentou Casimiro Gomes.
O projecto ‘ViniDikas’ foi desenvolvido pela distribuidora portuguesa e contou com apresentação de estreia na segunda-feira, em Luanda, prometendo “conselhos simples, úteis e práticos para valorizar o vinho das garrafas que se pedem no restaurante, no bar ou que se compram para beber em casa”.
Disponível gratuitamente para ‘smartphone’ [telemóvel inteligente] e ‘tablet’, a aplicação, garante o administrador, “interessa tanto a quem se inicia como a consumidores sofisticados”.
Nos ecrãs dos telemóveis surgem informações sobre o ciclo da videira, a vindima, as castas internacionais e sobretudo as portuguesas, o processo de vinificação – da uva ao vinho -, ainda sobre as regiões do vinho, métodos de conservação para ter uma garrafeira em casa, ou até como abrir uma garrafa, servir e a própria temperatura, além das dicas sobre “harmonias entre o vinho e a comida”.
“O que temos de fazer é valorizar este mercado. Temos de transmitir que, apesar das dificuldades cambiais, estamos cá para continuar”, rematou o administrador da empresa.
A Lusovini tem mais de 70 referências de vinhos portugueses e exporta para 27 países 70% produção total e inaugurou este ano uma loja específica de vinho do Porto em Luanda.