O actual presidente da UNITA), Isaías Samakuva, venceu hoje as eleições internas, sendo reconduzido no cargo para um novo mandato.
A informação foi prestada por fonte oficial do partido, mas sem adiantar os totais da votação – cuja contagem já terminou -, que teve lugar no último dos três dias do XII congresso ordinário da UNITA, em Viana, nos arredores de Luanda, desde quinta-feira.
Além de Isaías N’gola Samakuva, que lidera a UNITA desde 2003, após a morte do fundador e líder histórico Jonas Savimbi, concorriam a esta eleição os também deputados do partido Lukamba Paulo ‘Gato’ e Abílio Kamalata Numa.
Samakuva foi reeleito com 949 dos votos dos delegados que participaram na votação (1.146), contra os 167 votos (14,5%) arrecadados pelo deputado Lukamba Paulo ‘Gato’ e os 25 (1,7%) obtidos pelo também deputado Abílio Kamalata Numa.
O anúncio dos resultados desta eleição para a direção do partido, o ponto mais esperado de três dias de congresso, em Luanda, foi feito ao início da noite de sábado pelo presidente da comissão eleitoral, Alcides Sakala, depois de mais quase quatro horas de votação e duas horas de contagem dos votos em urna.
Samakuva será assim o candidato do maior partido da oposição às eleições gerais a realizar em agosto de 2017, tendo em conta a decisão, tomada durante o congresso, pelos 1.165 delegados.
De acordo com o porta-voz do congresso, Anastácio Rúben Sicato, os delegados analisaram ainda alterações aos estatutos, tendo ficado definido que não há limitação de mandatos para os cargos de direcção, nomeadamente para presidente do partido, assunto que foi colocado em discussão face à recandidatura de Isaías Samakuva.
“Não há limitação de mandatos, ficou clarificado. Este era um ponto que estava omisso nos estatutos do partido, fizemos uma análise pelo mundo e praticamente não há casos de limitação de mandatos, a questão coloca-se mais no interesse dos próprios partidos e se naquele momento determinado candidato serve esses interesses ou não, do ponto de vista dos militantes”, explicou Anastácio Rúben Sicato.
A preparação deste congresso arrancou a 1 de Julho e envolveu a realização de 18 conferências provinciais de militantes da UNITA, 164 municipais, cinco assembleias de núcleos das estruturas centrais e uma conferência dos antigos combatentes.
Para Anastácio Rúben Sicato, este encontro magno do partido, a começar pelo número de candidaturas à presidência e a forma como decorreram os trabalhos, serviu para “comprovar o exercício democrático” na UNITA.
“Nós pensamos que a mensagem que estamos a enviar para os angolanos é de que somos mesmo um partido democrático”, concluiu o porta-voz do congresso ordinário, que só se repete dentro de quatro anos.