Família acusa autoridades de “dar cobertura ao assassino”

A família do malogrado jovem músico e estudante universitário Hildegardo Teodeberto Geraldo “The Galo” assassinado dia 21 de Novembro de 2014, em Benguela, continua a clamar por justiça.

N o dia 21 de Novembro de 2014 por volta das 18h30 junto à ponte que dá acesso ao Liceu de Benguela, defronte do Banco BFA, ocorreu o acto de assassinato de Hildegardo Teodeberto Geraldo, praticado – segundo a sua família – por “Alcino Bernardo Francisco mais conhecido por “Cor de Rosa”, em acto combinado com Romântico, João Kalatacumula e Messias Vidical Kanhama”.

O Processo judicial encontra-se na 1ª Secção do Tribunal de Benguela sob o Nº 2015/0222. As motivações que estão por base do assassinato do jovem músico e estudante, foram – salienta a família – “os seus sucessos no mundo da música”.

A 23 de Janeiro de 2015, a família do malogrado músico e estudante universitário dirigiu-se à Provedoria de Justiça, à Procuradoria Geral da República e ao Tribunal Supremo denunciando que “o assassino Alcino Bernardo Francisco “Cor de Rosa” – filho de Baptista Francisco Pedro – antigo Director da Unidade Penitenciária de Benguela e actualmente em efectividade na Direcção Nacional dos Serviços Penitenciários em Luanda, detido com provas bastantes, se encontrava fora daquela unidade penitenciária e era visto regularmente a circular no Lobito aos fins-de-semana, numa altura em que nem sequer se falava do seu julgamento, passados mais de 60 dias na altura”.

“Volvidos mais de sete meses dessa denúncia, o assassino até dia 30 de Julho de 2015, altura em que a família enlutada instou a Procuradoria Provincial da República e o Tribunal em Benguela, nem o Tribunal, nem a Procuradoria, nem a Polícia etc., ninguém sabia do paradeiro do detido. O certo é que por três vezes o oficial da Justiça deslocou-se à Unidade Penitenciária de Benguela e Lobito e nunca lhe foi presente o detido pelas chefias dessas unidades para conclusão do processo do seu julgamento, facto que levou a Juíza a pronunciar-se ao Procurador junto do Tribunal acerca do paradeiro do assassino”, conta a família da vítima.

Família para quem “este facto comprova inequivocamente as denúncias de que o autor do assassinato goza do proteccionismo do seu pai que era já Director da referida Unidade Penitenciária e actualmente colocado na Direcção Nacional dos Serviços Penitenciários” tal como “comprova as afirmações proferidas pelo seu filho, Alcino Bernardo Francisco “Cor de Rosa”, segundo as quais ‘Eu em Luanda já fatiguei um tipo, estive preso e o pai me tirou de lá…’, eu vou para o Dubai”.

“Como é possível que o detido, por assassinato comprovado fique fora da unidade prisional desde a primeira semana após o crime cometido, numa altura em que o processo nem foi a julgamento?”, pergunta a família, acrescentando outras dúvidas:

“Como ficam o Tribunal e a Procuradoria a depender da boa vontade do pai que guarda em sua casa o filho assassino?”
“Que medidas exequíveis podem ser tomadas para que Alcino Bernardo Francisco “Cor de Rosa” não volte a matar depois de o ter feito em Luanda e seguido de Benguela?”

Recorde-se que Hildegardo Teodeberto Geraldo além de estudante universitário foi músico e militante da JMPLA.

Do ponto de vista da família, “o seu assassinato foi um crime público em flagrante delito acompanhado quase por toda a população de Benguela e não só”, razão pela qual estranha as razões que levam o “assassino a estar fora do controlo das autoridades e a permanecer em casa do seu pai que é funcionário chefe da penitenciária”.

“Se o Tribunal e a Procuradoria não sabem onde está o assassino do nosso filho, nem têm possibilidades de o manter preso, quem mais o deve fazer?”, perguntam os pais da vítima.

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