O administrador da centenária fábrica de chocolates Avianense, fundada em Viana do Castelo (Portugal) em 1914, anunciou estar em negociação com investidores angolanos para instalar uma unidade própria daquela marca em Luanda, num investimento superior a cinco milhões de euros.
A informação foi avançada pelo administrador da fábrica portuguesa, Luciano Costa, à margem da participação da empresa na Feira Internacional de Luanda (Filda), que termina no domingo, mercado para o qual já exporta anualmente 80 mil euros em chocolates, sobretudo na época de Natal e da Páscoa.
Segundo o administrador, a unidade angolana já tem projecto e investidores, envolvendo a construção de uma fábrica integrada na zona de Luanda. Incluirá produção própria, sob a marca Avianense, tirando também partido da proximidade a São Tomé e Príncipe para importar a matéria-prima daquele país, e prevendo a exportação da produção de chocolate para os países daquela região do continente africano, a partir de Angola.
“É real, é real. Já tenho o projecto do investimento, cerca de cinco milhões de euros, possivelmente para instalar a fábrica mesmo em Luanda. Mas para fazer a transformação do início até ao fim e possivelmente com cultura de cacau própria”, explicou Luciano Costa.
Acrescentou que a futura fábrica – projecto condicionado nesta fase pelas dificuldades de investimento no país com a crise do petróleo – contará com cerca de 35 trabalhadores e vai laborar 24 horas por dia, para produzir seis toneladas de chocolate diariamente.
“Penso que dentro de três a quatro anitos [iniciar a laboração] e com a marca Avianense”, assumiu o empresário português.
Fundada em 1914, a fábrica de chocolates Avianense foi declarada falida pelo Tribunal Judicial de Viana do Castelo em 24 de Setembro de 2004 devido a dívidas de 2,155 milhões de euros, sendo o Estado então o maior credor ao reclamar 1,142 milhões de euros relativos ao IRS, IVA e à Segurança Social.
A marca Avianense, bem como os equipamentos e a frota da empresa, foram arrematados por cerca de 150 mil euros por Luciano Costa que, em Agosto de 2005, começou da “estaca zero” e retomou o fabrico dos chocolates aproveitando as instalações de uma fábrica de confecções em Durrães, no concelho de Barcelos, de que era dono.
Entretanto, e enquanto tenta conquistar em definitivo o mercado angolano, a histórica marca de chocolates do Alto-Minho já se mudou para novas instalações, fruto de um investimento de quase dois milhões de euros, no mesmo concelho, a inaugurar oficialmente em Setembro, anunciou o empresário.
A fábrica factura anualmente cerca de 1,5 milhões de euros, em cerca de 60 toneladas, empregando 15 trabalhadores.