Advogados do Brasil solidários com os activistas

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) manifesta solidariedade ao grupo de 15 activistas presos pelas forças de segurança em Angola no mês de Junho e apela às autoridades angolanas para que respeitem princípios internacionais do direito, como a razoável duração do processo.

A Eis, na integra, a nota aprovada pelo Conselho Federal da OAB em relação a este assunto:

“O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, representando os advogados brasileiros, vem expressar, de público, a sua irrestrita solidariedade aos presos políticos em Angola, em especial ao grupo #Angola15.

Os 15 jovens activistas foram presos e detidos por forças de segurança angolanas, entre os dias 20 e 24 de Junho, em Luanda, sob acusações consideradas crimes contra a segurança do Estado. A acusação formal se deu em 16 de Setembro. Seus advogados foram informados sobre as acusações apenas em 30 de Setembro.

Numa carta pública, co-assinada pelos 15 activistas no dia 27 de Outubro, há alegações de que alguns deles sofreram violações em sua integridade física, além de lhe terem sido negados cuidados médicos durante a detenção. O julgamento dos 15 activistas está marcado para ocorrer entre os dias 16 e 20 de Novembro, no Tribunal Provincial de Luanda.

Os advogados dos activistas impetraram habeas corpus em 30 de Setembro pleiteando a soltura do grupo diante do excesso do prazo de prisão preventiva, o qual ainda não foi apreciado. Neste particular, este Conselho receia pelo risco de violação do princípio internacional da duração razoável do processo.

Diante dos factos, firme na defesa dos direitos humanos, o Conselho Federal da OAB presta a sua solidariedade e o seu apoio aos activistas e apela às autoridades angolanas para que, de acordo com as leis e obrigações internacionais assumidas por Angola, assegurem que o grupo tenha um julgamento justo e imparcial. Por fim, exorta às autoridades do país a defenderem o direito de liberdade de associação, reunião pacífica e expressão.

Brasília, 13 de Novembro de 2015.”

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