O Governo estima a criação de 41.000 empregos directos nos próximos três anos através de 36 projectos de investimento privado, no âmbito do programa de aceleração da diversificação da economia nacional.
A informação foi transmitida pelo ministro da Economia, Abrahão Gourgel, durante o fórum empresarial entre Angola e Japão, que está a decorrer hoje em Luanda, juntando empresários e políticos dos dois países.
Só uma empresa japonesa do sector têxtil, segundo o ministro angolano, tem em curso a implementação de três fábricas em Angola, num investimento de mil milhões de dólares, considerado “acelerador” do processo de diversificação da economia.
“É uma estratégia, de facto, para acelerar a diversificação da economia. O processo de diversificação da nossa economia já se iniciou, mas não estamos satisfeitos com o ritmo alcançado”, admitiu o ministro Abrahão Gourgel.
A necessidade de diversificar a economia nacional, cujas exportações dependem em cerca de 98% do petróleo, tem sido enfatizada por vários sectores da sociedade angolana, apelo redobrado nos últimos meses face à forte descida da cotação internacional do crude.
O total dos investimentos privados que se inserem no programa de aceleração da diversificação da economia, com projectos privados já programados e outros novos, ascende a 22,7 mil milhões de dólares e envolve sete ‘clusters’ tidos como prioritários.
É o caso da agricultura, pescas, petróleo e gás, geologia e minas, turismo, transportes e energia e águas. “Projectos destas áreas serão tratados pelo Governo como prioritários”, enfatizou o governante.
No processo de diversificação da economia, segundo os números transmitidos pelo ministro, o peso da Agricultura no Produto Interno Bruto cresceu, entre 2012 e 2014, de sete para 12%, enquanto o sector dos serviços passou de 22 para 27%, no mesmo período.
Aos empresários japoneses, e na presença de vários ministros do Governo angolano, Abrahão Gourgel admitiu que falar do ambiente de negócios no país ainda pode ser “má propaganda”, tendo em conta os indicadores internacionais sobre Angola.
Garantiu, contudo, que o assunto é “prioritário” na agenda do Governo, com medidas em áreas como o custo e tempo para constituir uma empresa, acesso ao crédito, protecção dos investidores, licenças de construção, pagamento de impostos e acesso a electricidade, entre outros.
“O que se pretende é atrair investimento directo, nacional e estrangeiro, privado. Que poderá ou não associar-se com investimento do Estado no projecto”, disse o ministro.
A propósito, o director executivo do Banco Japonês para a Cooperação Internacional (JBIC), Koichi Yajima, apontou, entre outras áreas, a disponibilidade daquela instituição pública para financiar investimentos em Angola, de investidores do Japão, na área da agricultura.
O Governo angolano anunciou ainda que está a negociar um financiamento japonês para investimentos na área da energia, mas sem adiantar mais pormenores.
Já o ministro da Agricultura, Afonso Pedro Canga, explicou que está em curso um projecto de produção de arroz no país, envolvendo tecnologia e investigação japonesa.
“Há toda uma oportunidade para que possamos montar as capacidades de produção [com o apoio do Japão]”, apontou o governante, à margem deste fórum, que pretende relançar a cooperação económica entre os dois países.