O calendário nacional de vacinação em Angola vai contar com a vacina contra o vírus do Papiloma Humano, para protecção contra a maior parte dos cancros do colo do útero, a partir de 2015.
O anúncio foi feito hoje pelo ministro da Saúde angolano, José Van-Dúnem, na abertura da 10ª conferência internacional sobre a situação do tratamento do cancro nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que decorre em Luanda até sexta-feira.
O governante acrescentou que esta estratégia está definida no Plano Nacional para Desenvolvimento Sanitário (PNDS) de 2012-2015, projectando-se a introdução desta vacina em Março próximo.
“Esta vacina entra no circuito do programa nacional de vacinação a partir do próximo ano. Isto vai fazer com que se reduza o número de casos de cancro do útero, um dos mais frequentes”, disse, por seu turno, o director do Centro Nacional de Oncologia (CNO), Fernando Miguel.
O cancro do colo do útero é uma preocupação em Angola, tendo as estatísticas do CNO registado desde o início do ano até ao mês de Junho 89 novos casos.
Em todo o ano passado tinham sido diagnosticados 180 novos casos de cancro do colo do útero, segundo os mesmos registos.
Sobre o combate ao cancro nestes países, o ministro da Saúde angolano assumiu o compromisso de aprofundar a cooperação com os restantes PALOP, na ajuda mútua e partilha de conhecimentos, e sobretudo pela melhoria da formação dos profissionais de saúde.
De acordo com a organização desta conferência, a disponibilidade de meios de diagnóstico e de tratamento, como o recurso à quimioterapia e à radioterapia “são claramente insuficientes para as necessidades das populações dos PALOP”.
“É importante notar que a maioria dos cancros nos PALOP é diagnosticada em estádios avançados, tornando-os neoplasias com um prognóstico sombrio”, acrescenta a mesma informação.
A formação de profissionais de saúde em métodos de registo de cancro é apresentada igualmente como prioritária, tendo em conta a falta de registos sobre a situação real neste grupo de países, constituído por Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique e, desde Julho, Guiné Equatorial.