O bispo sul-africano e Prémio Nobel, Desmond Tutu, elogiou hoje a coragem dos manifestantes em Hong Kong, mas foi também criticado por não defender o Dalai Lama, que foi pela terceira vez impedido de entrar na África do Sul.
“Rezo para que as vozes do povo de Hong Kong não sejam sufocadas”, disse o vencedor do Prémio Nobel da Paz em 1984, acrescentando que reza também “por um governo justo e com compaixão em Pequim que não tenha medo da vontade do seu povo”.
Através de um comunicado divulgado na Cidade do Cabo, Desmond Tutu disse também que “usar bombas de gás lacrimogéneo contra os manifestantes, como aconteceu no domingo, foi um golpe terrível para todos aqueles que continuam a ter fé num processo de transformação digna, pacífica e integrando toda a gente”.
A tomada de posição a favor dos manifestantes que têm enchido as ruas de Hong Kong reclamando o fim da pré-escolha por Pequim dos candidatos às presidenciais de 2017 acontece na mesma altura em que o próprio Desmond Tutu é criticado, também por um Prémio Nobel, por não ter defendido do Dalai Lama, que foi pela terceira vez impedido de entrar na África do Sul.
Numa conferência de imprensa para assinalar os 25 anos do Prémio Nobel de Dalai Lama, na cidade indiana de Dharamsala, onde o líder espiritual reside, a Nobel iraniana Shirin Ebadi afirmou: “Estou muito surpreendida que Desmond Tutu se tenha mantido em silêncio desta vez. Estou surpreendida por ele não falar publicamente como o resto de nós”.
A vencedora do Prémio Nobel da Paz, que juntamente com outros laureados, resolveu boicotar a cimeira de 13 a 15 de Outubro na Cidade do Cabo por ter sido recusado o visto ao Dalai Lama para participar no encontro.