O presidente de Cabo Verde expressou hoje o reconhecimento do país pela “inestimável contribuição” que o Festival Internacional de Teatro do Mindelo (Mindelact) tem dado às culturas cabo-verdiana e universal ao longo dos últimos 20 anos.
Numa mensagem intitulada “Mindelact: A Ténue, Pujante e Criativa Oscilação entre o Sonho e a Vida Durante Duas Décadas”, revelada pelo luso-cabo-verdiano João Branco, director artístico do Mindelact, Jorge Carlos Fonseca revelou-se “amante do teatro” e “profundo admirador” dessa “plêiade de fazedores de emoção”.
O chefe de Estado cabo-verdiano considerou que os 20 anos do Mindelact contribuíram para que os cabo-verdianos, hoje, sejam “mais ricos, mais humanos e mais felizes”.
“Mindelact é sonho, fantasia, realidade, arte, gente, emoção, é tempo sem tempo num espaço que, partindo de uma pequena e idolatrada cidade, se desdobra em espaços múltiplos”, observou, acrescentando que esses espaços cabem apenas na “torrente de emoções” que todos os anos, ao longo de duas décadas, “alimenta a essência” da alma das gentes, “as profundezas” do seu ser.
Num texto poético, Jorge Carlos Fonseca explicou que “apenas a genialidade da arte” e a “ousadia dos criadores de eleição” poderiam gerar o “onírico projecto” de transportar 20 anos de “emoções, suor, amor, vida” para “aqui e agora” e “assumir claramente” a “desconstrução” das categorias espaço e tempo.
“O sonho é a actividade da vida que permite de uma forma absoluta a relativização do tempo e do espaço”, concluiu Jorge Carlos Fonseca, para quem o Mindelact é um “autêntico hino à imaginação, à criatividade, à perseverança e à utopia”.
Entre 19 de Setembro e 04 deste mês, a 20ª edição juntou no Mindelo, ilha cabo-verdiana de São Vicente, cerca de 200 artistas cabo-verdianos e estrangeiros, tendo mais de 5.000 pessoas assistido aos espectáculos realizados no auditório e no pátio do Centro Cultural local, a “casa” do Mindelact.
Mais de 40 espectáculos trouxeram recordações de duas décadas de actividade com 11 grupos teatrais de oito países – Cabo Verde, Portugal (através do Grupo de Teatro Meridional), Angola, Brasil, França, Bélgica, Marrocos e Itália.