A Organização Mundial de Saúde (OMS) entregou hoje ao Governo angolano equipamento laboratorial no valor de 80 mil dólares (65 mil euros) para vigilância ambiental do vírus selvagem da pólio, há três anos sem circulação em Angola.
E m declarações à imprensa, à margem do ato de entrega, o ministro da Saúde de Angola, José Van-Dúnem, disse que o apoio da OMS insere-se no esforço que o país e os seus parceiros vêm fazendo para melhorar a vigilância epidemiológica do vírus da pólio.
Segundo o governante, este é um primeiro passo para se começar a tratar completamente das amostras no país, sem ter de as enviar para a África do Sul, como acontecia até agora, diminuindo igualmente os custos suportados pelos parceiros.
“É um esforço para aumentar a capacidade de resposta do ponto de vista integral, na luta contra a pólio, nomeadamente na área da vigilância epidemiológica”, disse José Van-Dúnem, acrescentando que vai igualmente contribuir para a segurança, do ponto de vista do controlo sobre a circulação ou não do vírus.
“É uma retaguarda importante para a segurança, para a garantia da qualidade daquilo que se está a fazer”, reforçou o governante.
José Van-Dúnem referiu que há mais de três anos que o vírus da pólio não circula em Angola, havendo assim condições criadas para se considerar erradicada a doença no país.
“Vamos fazer mais um ano, continuamos a fazer as campanhas de vacinação para garantir a vacinação de massa”, disse o ministro, sublinhando a importância da população aderir sempre ao esforço governamental.
Em Julho deste ano, Angola introduziu o método de recolha das amostras ambientais, em que se apanha em esgotos amostras para ver se o vírus está em circulação, tornando-se assim o terceiro Estado da região africana da OMS, ao lado da Nigéria e do Quénia, que estabelece a vigilância ambiental da poliomielite.
A vigilância ambiental da pólio fornece informação complementar sobre a qualidade da vigilância das paralisias flácidas agudas e é um método muito sensível para detectar a transmissão silenciosa do vírus da pólio, face ao risco de uma eventual importação.
Angola tem registado progressos na luta para a erradicação da poliomielite, promovendo campanhas bianuais de vacinação nas 18 províncias, sendo uma das estratégias para atingir todas as áreas do país a criação de postos avançados e móveis no terreno.
Em 1999, Angola foi atingida por um dos maiores surtos epidemiológicos de poliomielite registados em África, que provocou 113 mortos, num total de 1.117 casos.