Mais de três quartos da floresta da Costa do Marfim desapareceram nos últimos 50 anos, devido à agricultura extensiva e à urbanização, diz o primeiro-ministro do país, Daniel Kablan Duncan.
Afloresta costa-marfinense conheceu uma “degradação contínua”, passando de “16,5 milhões de hectares na independência”, em 1960, para “dois milhões hoje”, o que representa “menos de 13% do território”, quando chegou a ser “78%”, afirmou Daniel Kablan Duncan durante uma cerimónia pública.
A desflorestação e a prática de uma “agricultura extensiva e urbanização acelerada” contribuíram em muito para esta “degradação”, deplorou o chefe do governo.
O executivo definiu uma política de “gestão durável e racional dos recursos florestais”, para colocar “a cobertura do território acima do patamar internacional de 20%”, anunciou Daniel Kablan Duncan.
Em 2008, a Sociedade Marfinense de Desenvolvimento das Plantações Florestais avaliou em 300 mil hectares a superfície florestal que desaparecia anualmente, devido à “exploração abusiva” da madeira, associada à produção de carvão ou ao corte de árvores para exportação.
A desflorestação é também causada pelos agricultores, que recorrem ao fogo para conseguir espaço para culturas de cacau, do qual a Costa do Marfim é o primeiro produtor mundial.
Algumas florestas classificadas, como a do Parque Nacional do Monte Peko, no oeste do país, ou a do Maraoué, no centro, desapareceram quase na totalidade em resultado da cultura do cacau.
A agricultura garante “mais de 30% do Produto Interno Bruto, 70% das receitas de exportação e ocupa mais de 60% da população activa”, destacou Daniel Kablan Duncan.
Durante a campanha 2013-2014 do cacau foram recolhidas cerca de 1,74 milhões de toneladas de cacau, o que foi um recorde histórico para a Costa do Marfim.
Além do cacau, também a castanha de caju, da qual o país é o segundo produtor mundial, conheceu uma produção recorde este ano.