Eduardo dos Santos nunca se engana e raramente tem dúvidas

Eduardo dos Santos nunca se engana e raramente tem dúvidas Moçambique

Eduardo dos Santos já felicitou Filipe Nyusi pelo resultado eleitoral que o candidato e a Frelimo terão alcançado nas eleições gerais moçambicanas de 15 de Outubro, afirmando que o povo optou pela “continuidade”. Os resultados ainda são provisórios, mas o Presidente do MPLA há muito (mesmo antes das eleições) que sabia quem ia ganhar. São muitos anos no poder, desde 1979.

De acordo com o teor da mensagem enviada a Filipe Nyusi divulgado pela Casa Civil, José Eduardo dos Santos desejou ao candidato a Presidente da República de Moçambique “muitos êxitos e imensas felicidades no cumprimento do seu nobre mandato”.

O presidente de Angola acrescenta, na mensagem, que “os expressivos resultados obtidos pela candidatura de Filipe Nyusi” e a “simultânea vitória alcançada pela Frelimo” nas eleições legislativas, “testemunham, de forma inequívoca, a vontade do povo moçambicano a favor da continuidade governativa, em prol da Paz, tolerância, estabilidade, desenvolvimento e progresso económico e social”.

Filipe Nyusi venceu com 68,84% dos votos as presidenciais moçambicanas em Maputo, e o seu partido, Frelimo, ganhou nas legislativas, com 62,69%, de acordo com os resultados preliminares divulgados pela Comissão Provincial de Eleições da capital.

Segundo a contagem final da votação para as eleições gerais do dia 15, o líder da Renamo, principal partido da oposição, Afonso Dhlakama, ficou em segundo lugar, com 20,26% dos votos e o seu partido arrecadou 20,05 por cento. Por seu turno, Daviz Simango, líder e candidato do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira maior força política, alcançou 10,50% dos votos e a sua organização conquistou 15,68 por cento. A Frelimo conseguiu 11 dos 16 mandatos reservados à capital do país para a Assembleia da República, a Renamo três e o MDM dois.

Votaram na capital 428.240 eleitores dos 708.812 inscritos, o que corresponde a uma abstenção de cerca de 40%. “Tivemos um nível de participação relativamente elevada, quando comparado a taxa de abstenção da ordem dos 50% registada em eleições anteriores”, disse Victor Miguel, presidente da Comissão Provincial de Eleições.

Os resultados divulgados esta segunda-feira, que terão ainda de ser validados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), são os primeiros ao nível provincial, uma vez que ainda falta a contagem nos restantes dez círculos eleitorais.

O apuramento dos resultados ao nível distrital conheceu durante o fim-de-semana atrasos e problemas em vários pontos do país, incluindo contagens finalizadas mas não afixadas em vários distritos das províncias de Sofala e da Zambézia, informou hoje o boletim do processo político em Moçambique, publicado pelo Centro de Integridade Pública (CIP) e Associação dos Parlamentares Europeus em África (AWEPA).

Segundo o boletim, que conta com uma rede de 150 jornalistas em todo o país, o apuramento esteve interrompido no fim-de-semana no distrito de Mocuba, na Zambézia, devido ao desaparecimento de sete editais para a Assembleia Provincial e de 16 para as legislativas, e na cidade de Tete, capital da província com o mesmo nome, aconteceu o oposto, ao surgirem 234 editais quando apenas existiam 178 mesas de votação.

Ao apuramento distrital segue-se o escrutínio ao nível de cada uma das onze províncias do país, o que pode demorar mais cinco dias, antes do anúncio dos resultados oficiais preliminares pelas entidades eleitorais centrais, em Maputo, que ocorre até 15 dias após a votação, ou seja, até 30 de Outubro.

Apesar de o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral ter interrompido na sexta-feira a divulgação de resultados nacionais, enquanto decorrem os apuramentos distritais e provinciais, dados publicados pelo jornal estatal Domingo com base nas entidades eleitorais davam conta de que Filipe Nyusi, conservava a liderança na contagem das presidenciais, quando estavam processadas mais de metade das mesas de votação. Nyusi seguia à frente, com 62,13% dos votos, seguido de Afonso Dhlakama, com 31,06%, e de Daviz Simango, com 6,81 por cento.

O jornal não fazia referência aos resultados das legislativas, remetendo para uma projecção do Observatório Eleitoral, a maior entidade de observação da votação de quarta-feira, que hoje actualizou os seus dados, dando 57% à Frelimo, 32% à Renamo e 10% ao MDM, e prevendo uma abstenção de 51 por cento.

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