De mutante em mutante havemos de “mutar”

De mutante em mutante havemos de “mutar” - Folha 8

Já abordámos o pendente “ficção–científica” do desempenho da multinacional Monsanto, vergonhosamente conhecida por ser a “inventora” de produtos alimentares transgénicos nocivos para a saúde humana.

Por António Setas

M as também por ser acusada de ter produzido um insecticida que, destruindo o sentido de orientação das abelhas, já teria vitimado milhões delas e, perante o perigo de despolinização subsequente, ter proposto para substituí-las por robôs abelhas formatadas para executar em seu lugar a função de polinizar.

No contexto dessa investigação, a multinacional em questão procedeu da forma que lhe é habitual, protegida que está por uma força adquirida por contrato a preço de ouro, na compra de uma das mais poderosas organizações de polícia privada dos Estados Unidos.

É verdade, a Monsanto tem as costas largas. É protegida por essa polícia privada e também por muito boa gente, tanto assim que nunca como no consulado do governo de Obama se aprovaram tantos produtos transgénicos. Bill Gates e George Soros, dono da Open Society, fazem parte da lista dos seus mais opulentos accionistas, o que lhe permite protagonizar alguns exercícios de contorcionismo anti-ético imparáveis, como, por exemplo esse que aconteceu no momento em que a empresa vocacionada para a defesa ambiental, Beelogics, investigava o “abelhicídio” provocado pelos produtos da Monsanto, a qual, sentindo-se arranhada nos calcanhares, o que fez? Comprou a Beelogics!…

Acontece que, recentemente, a Agroscope, «La station de recherche agronomique ACW – Agroscope Changins Wädenswil», da Suíça, especializada em pesquisas para a agricultura e meio ambiente, apresentou publicamente provas de que, afinal de contas, a síndrome do desaparecimento de colónias de abelhas constatada desde 1998 não se deve aos malefícios dos pesticidas utilizados em massa pela empresa Monsanto.

Contrariamente ao que supunha a maioria dos apicultores, os produtos fito-sanitários dessa multinacional não são responsáveis pelo desaparecimento das abelhas! O problema é outro e a emenda bastante pior do que o soneto…

De facto, o acto é muito mais grave, pois vem da decisão secreta e voluntária duma firma americana, ligada à Monsanto, implantada em Morgues desde Janeiro de 2004, especializada em bio-tecnologias agrícolas.

O inquérito, que teve início na Primavera de 2002 sob égide da Agroscope, no seguimento de uma queixa feita por uma associação de apicultores, acaba de divulgar as suas conclusões. Mau grado o facto de ainda não terem sido apresentadas a público provas formais, tudo indica que a Monsanto organizou deliberadamente a evasão e depois a exterminação da Appis Mellifera na Europa.

Os documentos internos da firma, assim como os vídeos feitos para a publicação científica desta melindrosa matéria demonstram a existência da maquiavélica estratégia dessa multinacional. Uma grande parte dos seus 19.000 funcionários, repartidos em mais de 60 países do mundo, infiltrava-se metodicamente em todas as associações de apicultores com o principal e quase exclusivo intuito de introduzir nas suas infra-estruturas colmeias armadilhadas. A manobra visava a extinção das abelhas a fim de favorizar a promoção da futura venda no mercado internacional a partir de 2014 de um polinizador industrial denominado Popo-265.

A Monsanto, contactada pela imprensa, recusou-se por ora, a fazer todo e qualquer comentário. Óbvio!

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