Cerca de 48 mil famílias ficaram desalojadas nos últimos anos em Angola devido a calamidades relacionadas com chuvas torrenciais, enfrentando o país ainda o avanço da desertificação. Quem o disse foi o vice-Presidente angolano, Manuel Vicente.
“Temos assistido nos últimos anos, no nosso país, ao avanço da desertificação e seca, em algumas regiões, e calamidades, com chuvas torrenciais, em outras, que afectaram populações, forçando o desalojamento de 48 mil famílias, o que motivou a aprovação de um programa de emergência do Governo”, disse o Vice-Presidente angolano na intervenção que fez na inédita Cimeira do Clima, convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, com o objectivo de pressionar os líderes mundiais a dar passos mais rápidos para um acordo no próximo ano, em Paris, que permita travar as alterações climáticas.
Na intervenção, Manuel Vicente recordou que Angola já aprovou um programa nacional de acção para adaptação às alterações climáticas, cuja implementação está a cargo de um comité multidisciplinar que coordena ainda as políticas sobre esta matéria com as estratégias de desenvolvimento sectorial.
“Estamos em crer que precisamos de ser compensados com financiamentos bilaterais e multilaterais para melhorarmos os nossos resultados e as projecções do desenvolvimento”, enfatizou.
A protecção da floresta tropical do país e o financiamento internacional a esforços de preservação dos ecossistemas, num cenário de fenómenos extremos sentidos igualmente em Angola, foram preocupações transmitidas por Manuel Vicente, em representação do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, na intervenção nesta cimeira.
Em Nova Iorque, o vice-Presidente de Angola vai ainda participar na 69ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, devendo discursar perante a assembleia na próximo segunda-feira.
Esta deslocação oficial surge na recta final da candidatura de Angola a membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU para o biénio 2015/2016, a eleger durante esta Assembleia-Geral.