O secretário de Estado do Interior, Eugénio Laborinho, disse hoje em Luanda que o país está atento ao fenómeno do terrorismo, apesar de não constituir uma preocupação real.
O governante falava à imprensa à margem da cerimónia de abertura de um seminário de peritos sobre o Desenvolvimento da Estratégia Integrada de Combate ao Terrorismo e Não proliferação de Armas Ligeiras e de Pequeno Calibre para África Central, que decorre até quinta-feira em Luanda.
Fazendo referência à vulnerabilidade da fronteira no norte, com as vizinhas República Democrática do Congo (RDCongo) e República do Congo, o secretário de Estado afirmou que o Governo tem estado a trabalhar com as forças de segurança angolanas e com as da região de forma preventiva.
“Temos fronteiras vulneráveis com a RDCongo e com a República do Congo, não temos grande preocupação na fronteira com a Namíbia e a Zâmbia [sul], mas temos que estar atentos em todo o limite que é fronteira”, frisou.
“Por isso não há nenhuma preocupação, não há nada que atrapalhe ou que venha a preocupar com relação ao terrorismo no nosso país. Temos estado a trabalhar, as nossas forças estão cada vez mais vigilantes, temos estado a pedir a colaboração da sociedade, sobretudo dos residentes fronteiriços”, acrescentou.
Segundo Eugénio Laborinho, a imigração ilegal tem sido o grande problema do Governo angolano, que “tudo tem estado a fazer para que este fenómeno seja banido”.
Frisou que depois de uma reunião sobre o terrorismo nas Nações Unidas, Angola ficou nomeada para acolher esse seminário.
Por sua vez, o consultor das Nações Unidas para o Combate ao Terrorismo, Tom Parker, agradeceu o apoio de Angola na realização do seminário, salientando que um dos grandes benefícios desses encontros é a troca de experiências, área em que “os desafios são enormes”.
“A luta contra o terrorismo é desafiadora e impossível de efectuar sem uma cooperação estreita entre organizações regionais, governamentais e não-governamentais. Podemos nem sempre concordar uns com os outros, mas algumas boas ideias surgem de pontos de vista diferentes”, sublinhou.
Participam neste encontro peritos de Angola, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo, Congo, Gabão, Burundi, Chade, Guiné Equatorial, Quénia, Camarões, República Centro Africana, Ruanda e organizações da sociedade civil.
O encontro, uma organização das Nações Unidas, vai analisar as condições que propiciam a propagação do terrorismo, respeito pelos direitos humanos e do Estado de direito no combate ao terrorismo e os consensos alcançados no mesmo servirão para a elaboração e adopção da estratégia regional de combate ao terrorismo.