REGIME CONDECORA FASCISTAS, IMPERIALISTAS, DITADORES E ASSASSINOS

A sexta lotaria (con)decorativa saiu. O regime acredita que vai descobrir o “caminho marítimo” para o Cuango se condecorar, quarenta (40) individualidades internacionais, a maioria (98,9999%), fascistas, colonialistas, imperialistas, ditadores e assassinos.

Por William Tonet

Estes senhores, nada fizeram pela independência de Angola e dos angolanos, mas tudo engendraram, para a independência do MPLA, desde logo apadrinhando a política de continuidade do colonialismo, por outras vias, da exclusão, discriminação, injustiças, fuzilamentos e genocídios.

Muitos sequer, ouviram, os pais ou avós falar sobre Angola, MPLA, Agostinho Neto, José Eduardo dos Santos e João Lourenço, mas ainda assim, receberão um luxuoso envelope, com bilhetes de passagem e dinheiro para se deslocarem a um país, que dele só terão ciência pelo Google e agências de viagens…

Até um nazista austríaco, Kurt Vandheim, como diz Graça Campos, o será… Ernesto Geisel (Brasil), Aldo Moro, Giovanni Leone (Itália), Sassou Nguesso, Marien Ngouabi, Fidel Castro, Raul Castro, Omar Bongo, Robert Mugabe, Nino Vieira, Broz Tito, Leonid Brejnev, Houari Boumedienne, Codsta Gomes, Cavaco Silva, Samora Machel, Hu Jintao, Xi Jinping; Bill Clinton, George Bush, Manuel Alegre e tantos outros, extremistas, fascistas, ditadores e torturadores e até um médico pessoal, recente, do presidente do MPLA, o indiano americano, Vipul Patel, especialista em tratamentos de próstata e empresário multimilionário que vende aparelhos de cirurgia robótica pelo mundo fora, será condecorado.

Um verdadeiro regabofe. Daí a assertiva verdadeira de Orlando Castro de, nesta altura, Honra é não ser condecorado, porque a História recordará os não condecorados e não os condecorados.

ELITE PORTUGUESA RESPONSÁVEL PELA DITADURA E ATRASO DE ANGOLA

Enaltecer e condecorar a elite portuguesa, que nunca mais fez do que enaltecer a ditadura de partido único do MPLA, as suas fraudes eleitorais, assassinatos é ofensivo aos intelectuais e democratas, que auguram por um país diferente.

O poeta Manuel Alegre, segundo o escritor Carlos Pacheco é uma personalidade sombria, cujo passado histórico na Argélia na década de 1960 já mereceu um livro, O Bando de Argel; e depois a postura por ele assumida na questão das chacinas em Angola no 27 de Maio. Na altura, Alegre acumulava então a função de secretário nacional do PS com a de representante do primeiro-ministro da III República, Mário Soares. Em declarações à imprensa lisboeta, após a visita a Luanda, Alegre enfatizou:

O falhanço do golpe nitista de 27 de Maio, por outro lado, foi igualmente decisivo para a clarificação da atitude angolana que sentiu de forma especial a solidariedade imediatamente demonstrada pelas autoridades portuguesas.

Eis que se renovava a expectativa de uma nova fase nas relações de Angola com o Ocidente capitalista. Dali para a frente nada poderia perturbar esta aproximação, pois anteviam-se bons negócios, especialmente na área dos petróleos e da construção; as chancelarias ocidentais e todos os “comensais atrozes” preparavam-se para tirar proveito de novas oportunidades naquele «[…] prato destroçado, transbordado, sujo de sangue pobre […]» em que se transformara o novo Estado africano, mesmo que para isso fosse necessário sacrificar pautas importantes, como a questão dos direitos humanos”.
(In: Angola, Um Gigante Com Pés de Barro, pp. 236-237) de Carlos Pacheco.

Como se pode verificar, este e outros como, Almeida Santos, Álvaro Cunhal, Paulo Portas, Passos Coelho, Luís Montenegro, todos os governantes portugueses, apadrinham os excessos, corrupção e ditadura do MPLA.

“Algo que, no meu entender, profana, e de que forma, a consciência de qualquer democrata íntegro. Uma verdadeira mixórdia de honrarias, em cujo rol se misturam pessoas beneméritas com assassinos, verdugos e canalhas. Até um general ditador brasileiro (Ernesto Geisel) é agraciado. Uma taça de perversão oferecida ao país como jamais se viu. Um espectáculo vilipendioso fundado na mentira e na desinformação”, diz Carlos Pacheco.

MPLA E JOÃO LOURENÇO ASSASSINA MPLA

A forma como o MPLA tratou o caso de Valdir Cónego, sem entrar no mérito do processo disciplinar, denota a morte da liberdade de expressão e a incapacidade de convívio com a crítica interna. Mais, a aversão ao princípio da conciliação e reconciliação, quando em causa estiver o pensamento crítico, mesmo justo, de práticas perniciosas do líder, o militante ou dirigente é “degolado”.

Valdir saiu. João Lourenço e a turma de fanáticos livraram-se de alguém que o escrutinava. Mas não ganharam. Porque Valdir não perdeu. Pediu perdão, face a podridão interna, que nunca o ouviram. O Presidente não relevou o gesto e, tal como os romanos, atirou-o às feras: “Não cabe a mim. Os camaradas na sala vão votar”. Fizeram-no. Foi o culminar de um processo disciplinar mal instruído. Medíocre. Com lacunas insanáveis.

A severidade da sanção mostra um partido com fissuras, que o debilitam, a nível da sociedade num período bastante sensível, quanto a sua credibilidade e popularidade. Cabe ao expulso, querendo, recurso ao Congresso ordinário.

Ainda no capítulo das condecorações, sendo o presidente João Lourenço, historiador não se compreende a exclusão de figuras nacionalistas e patriotas, quer do MPLA como de outras franjas da sociedade civil.

O médico Hugo Azancot de Menezes, que foi director-geral do Hospital Maria Pia, em cuja casa em Conacry, na Guiné, ocorreu a fundação do MPLA no ano de 1960. Foram fundadores do MPLA Original: Viriato da Cruz, Mário Pinto de Andrade, Lúcio Lara (condecorado), Matias Miguéis, Eduardo Macedo dos Santos (condecorado) e Hugo Azancot de Menezes.

Já na guerrilha houve dirigentes excluídos como, Manuel Lima, primeiro comandante EPLA, José Miguel (irmão do cantor Calabeto), Ferro e Aço (enterrados vivos, na companhia de Matias Miguel (ex-vice presidente do MPLA), comandante Miro (Lourenço Casimiro), assassinado na 1.ª Região a mando de Neto, cujo roteiro repousa em Benigno Vieira Lopes e César Kiluanje, comandante Katuvua Mitwe, que liderou a rebelião Jibóia, Daniel Júlio Chipenda, comandante Paganine (queimado vivo na fogueira, em 1968, na Frente Leste).

João Manuel da Silva (Kitumba) ex-comissário Provincial de Malanje, Luís Kitumba ex-dirigente da JMPLA, Júlio Francisco Dambi ex-coordenador da Comissão de Bairro do Sambizanga, Estevão Gungo Arão ex-comissário Provincial de Benguela, José Van-Dúnen, Sitta Valles, Ademar Valles, todos estes eram membros do MPLA e foram mortos na ressaca 27 de Maio de 1977, o golpe de Estado engendrado por Agostinho Neto, para eliminar os adversários. Caricatamente, alguns dos seus assassinos, como Wadijimbi, Pelinganga, Carlos Alberto Cajó, Veloso e outros, membros da famigerada DISA (polícia política de Neto) foram condecorados…

Outrossim, em nome da verdade histórica, o MPLA cujo primeiro presidente foi Ilídio Machado designado e indicado por João Lourenço, nunca existiu antes de 1960. Confundir PLUAA e PCA como sendo as formações que deram origem ao MPLA é pura falácia.

Os membros fundadores de facto, do MPLA, viviam na Europa e em países africanos e não em Angola, como os falsos historiadores ligados ao partido governante querem fazer crer aos angolanos.

Na FNLA, foram discriminados, os históricos, Ngola Kabangu, Pinock Eduardo, Miguel Damião, apresentador do programa radiofónico em Kinshasa e Luanda “Voz de Angola Livre”, José Pedro Sebastião, estudante de engenharia, membro do Comité Central da FNLA morto pelo MPLA em Luanda em 1975, era irmão mais velho do general Pedro Sebastião (Pedrito).
Na UNITA, Clarindo Caputo, director-geral da VORGAN na Jamba, Jeremias Kalandula Chitunda vice-presidente, morto em Luanda em 1992, Fernando Norberto de Castro, jornalista e ex-director do Jornal Terra Angolana.

A maioria destes nacionalistas que deram a vida pelo MPLA, FNLA, UNITA, Sociedade Civil e Angola foram “escorraçados” deste galardão.

O exercício condecorativo não denota seriedade. É megalomania! Uma clara tentativa de projectar a imagem internacional de um regime, que internamente (Angola) é demasiado impopular!

Condecorar torturadores, fascistas, assassinos, por serem amigos do MPLA e do seu presidente, esquecendo verdadeiros patriotas e até membros do próprio partido do regime, como se Angola fosse propriedade privada, de uma casta, não lembra, nem ao diabo.

Portanto é bom haver consciência de a chuva lavar a onça mas não remove as suas pintas.

Logo… os bons fatos, os bons relógios, os bons sapatos ficam bem aos membros do gabinete de João Lourenço como ficam bem a um manequim numa montra de uma loja.

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