QUANDO É A PRÓXIMA CONSULTA MÉDICA DO PRESIDENTE (NOS EUA)?

O Presidente do MPLA (que por inerência também é Presidente da República) disse hoje que o Governo de Angola (há 50 anos nas garras do MPLA) está a executar “com algum sucesso” o seu programa de melhoria da assistência médica e medicamentosa para os cidadãos, reduzindo consideravelmente os recursos para a retirada de doentes para o exterior.

João Lourenço falava à imprensa, no final da inauguração do Hospital Pedro Maria Tonha “Pedale”, localizado em Luanda, capital de Angola, e erguido numa área de 52.000 metros quadrados, com capacidade para 144 camas e 74 quartos.

“Estamos a executar com algum sucesso o programa que definimos para a melhoria da assistência médica e medicamentosa aos nossos cidadãos angolanos, reduzindo consideravelmente os recursos que despendíamos no passado a evacuar doentes para o exterior, até por razões não muito justificáveis, e esses recursos serem investidos no país”, disse João Lourenço.

O chefe de Estado angolano, igualmente Titular do Poder Executivo e cliente VIP (very important person) dos principais hospitais dos EUA e da Europa, salientou que as atenções do Governo não estão apenas viradas para capital do país, mas também para as províncias, com o grande objetivo de “evitar que grande parte dos doentes congestionem a cidade de Luanda”.

“Na nossa estratégia de construção de infra-estruturas hospitalares procuramos criar um cinturão de proteção à cidade de Luanda, ou seja, na periferia de Luanda. Nas províncias periféricas a Luanda construímos hospitais desta categoria, de 200 camas, de nível terciário”, referiu.

Além da construção de novos hospitais, João Lourenço disse que estão a ser ampliadas outras unidades de nível terciário e de outros níveis, atendendo à demografia de Luanda.

“De facto, Luanda é a maior urbe de Angola, a população de Luanda é superior à de vários países. Luanda tem muito mais de 10 milhões de habitantes, às vezes parece que o número de hospitais que temos é suficiente, mas não é”, afirmou.

“Acabamos de inaugurar este, vamos concluir a reabilitação e ampliação do Hospital Américo Boavida, que passará a ser o maior hospital do país, vai ter cerca de 600 camas”, sublinhou.

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, referiu no seu discurso que esta unidade hospitalar será uma referência nacional para o tratamento de Acidentes Vascular Cerebrais (AVC) agudos, com uma linha verde para o seu tratamento e para o rastreio e tratamento do cancro da mama, “áreas fundamentais para salvar vidas”.

O complexo hospitalar, que conta com 676 profissionais, é constituído por quatro blocos, distribuídos pelo hospital principal, um edifício de alojamento para os profissionais, um edifício administrativo, um centro de formação e um edifício de estacionamento, bem como um heliporto.

Confirmando a tese do general João Lourenço de que o MPLA fez mais em 50 anos do que os portugueses em 500, 13 anos depois de ter sido lançada a primeira pedra para a sua construção (2012), abriu hoje, finalmente, portas o mais sofisticado dos hospitais alguma vez erguidos em solo angolano, o Complexo Hospitalar General de Exército Pedro Maria Tonha “Pedalé, localizado na área do Morro Bento, sul de Luanda.

A histórica (no mínimo) cerimónia de inauguração coube ao Chefe de Estado, general João Lourenço, indiscutivelmente (para além de descobridor da roda, da pólvora, da penicilina e do caminho marítimo para o… Huambo) o maior impulsionador do projecto, seja pelo número de vezes que visitou as obras enquanto decorriam mas, sobretudo, pelas decisões cruciais que foi tomando em cada momento para que o penoso atraso na execução da empreitada não se transformasse em fracasso anunciado. E, recorde-se, se José Eduardo dos Santos era o representante de Deus em Angola, João Lourenço é o próprio… Deus!

O hospital, quando começou a ser edificado em 2012, estava pensado para servir a Casa Militar do Presidente da República, ideia que o novo Titular do Poder Executivo, João Lourenço, anulou logo no início do seu primeiro mandato (2017), integrando-o no conjunto das infra-estruturas sanitárias tuteladas pelo Ministério da Saúde.

EM ANGOLA, MALÁRIA É SINÓNIMO DE MPLA

A malária, doença que tem ceifado a vida de milhares de pessoas e que constitui a maior causa de mortes em Angola é, também, uma emblemática demonstração da incompetência governativa do MPLA nos últimos 50 anos, pode ser eliminada em Angola até 2030, admitiu em 2019, em Luanda, o coordenador nacional do Programa de Luta Contra a Malária, José Martins, numa mesa-redonda inserida nas Primeiras Jornadas Multidisciplinares do Hospital Geral de Luanda.

Recorde-se que no dia 25 de Abril de 2012 (não é engano, foi mesmo em 2012) o Jornal de Angola (órgão oficial do regime do MPLA) dizia em manchete: “Malária em Angola em vias de extinção”.

Segundo o Jornal de Angola (JA), José Martins disse que Angola está enquadrada na Região da SADC como país da segunda linha, onde a Organização Mundial da Saúde definiu metas, entre as quais a eliminação da malária até 2030. Acrescentou que, com base nisso, foi estabelecida uma estratégia que tem sido implementada através de várias acções nas fronteiras conjuntas Angola/Namíbia.

O responsável explicou, segundo o JA, que as componentes operacionais estão a surtir os seus efeitos, na medida em que estão a ser desenvolvidas várias acções, o que tem permitido a redução de óbitos. Sublinhou que de acordo com a estratificação epidemiológica, nos últimos anos as províncias mais endémicas do país têm sido as localizadas no Norte, concretamente Uíge, Malanje, Cuanza- Norte, Zaire, Lunda-Norte e Lunda- Sul.

Neste sentido, disse que o Ministério da Saúde estava a fazer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo todos os ministérios, cujas determinantes sociais estão relacionadas com a doença e mortes, para que se esteja no caminho certo para a sua eliminação.

Por ser uma peça antológica do “jornalismo” oficial (Jornal de Angola) e um espelho do que é, desde 1975, a governação do MPLA, reproduzimos na íntegra e “ipsis verbis” o artigo “Malária em Angola em vias de extinção”, publicado na referida “coisa” no dia 25 de Abril de 2012:

«As autoridades sanitárias angolanas prevêem iniciar, a partir de 2015, o processo de pré-eliminação da malária, a doença tropical que mais óbitos provoca no país.

O coordenador do Programa de Luta contra a Malária explicou ontem à imprensa, em Luanda, que a probabilidade de Angola iniciar o processo de pré-eliminação da doença reside na contínua redução de casos da doença.

Filomeno Fortes, que falava à margem da reunião extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre saúde, frisou que as autoridades angolanas e os seus parceiros estão empenhados em baixar, cada vez mais, o índice de mortalidade por malária no país.

As autoridades sanitárias angolanas prevêem iniciar, a partir de 2015, o processo de pré-eliminação da malária, a doença tropical que mais óbitos provoca no país.

O coordenador do Programa de Luta contra a Malária explicou ontem à imprensa, em Luanda, que a probabilidade de Angola iniciar o processo de pré-eliminação da doença reside na contínua redução de casos da doença.

Filomeno Fortes, que falava à margem da reunião extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre saúde, frisou que as autoridades angolanas e os seus parceiros estão empenhados em baixar, cada vez mais, o índice de mortalidade por malária no país.

“A manter-se este nível de redução, a partir de 2015 podemos pensar na possibilidade da pré-eliminação da doença no país”, sublinhou Filomeno Fortes.

O médico disse que, há dez anos, o país registava 20 mil óbitos por ano, mas actualmente o número baixou para uma média de seis mil, devido ao esforço desenvolvido pelo Executivo no sector da saúde, que estabelece a redução de casos de paludismo entre as populações.

Filomeno Fortes disse acreditar que, em 2013, vai haver uma diminuição da mortalidade por malária, cuja cifra deve fixar-se em cerca de quatro mil óbitos por ano.

O médico revelou haver falsos diagnósticos de malária devido à existência de certos vírus que provocam sintomas semelhantes aos causados pelo paludismo.

“Realizámos estudos que comprovam a existência de alguns vírus que provocam quadros clínicos parecidos com os da malária, como febres, dores de cabeça e articulares”, acentuou Filomeno Fortes. Sobre este assunto, salientou que, por não haver capacidade para a realização de um diagnóstico diferencial, certos técnicos de saúde continuam a diagnosticar falsamente esses casos como malária.

O presidente da reunião de peritos da SADC, Augusto Rosa Neto, disse que foi aprovada a assinatura de um memorando de entendimento para a criação de laboratórios supranacionais de referência, em centros regionais de excelência. “Neste momento, existem laboratórios na África do Sul, Zimbabwe e Botswana, que vão atender os casos de malária, tuberculose e VIH/Sida dos países membros da SADC”, informou.

Os laboratórios nacionais vão continuar a funcionar normalmente, mas os que não têm condições para realizar exames podem enviar para os países membros que dispõem de capacidade.

O Lesoto, as Ilhas Maurícias e as Seychelles são os três países da SADC que já não registam casos de malária, enquanto Moçambique é aquele que regista o maior índice de casos. A directora nacional adjunta de Saúde Pública de Moçambique, Rosa Marlene, apontou como causas principais a situação epidemiológica e as questões ecológicas resultantes do clima. “Moçambique é uma região que tem grandes rios e muita água na costa. Por essa razão, já tivemos dez milhões de pessoas infectadas com malária. Neste momento, estamos com três milhões de casos”, sublinhou a responsável moçambicana.

A doença é uma das principais causas de morte em Moçambique, razão pela qual tem sido prioridade do governo coordenar os métodos de prevenção e de cura.

“Este encontro tem vantagens porque, para conseguirmos eliminar a malária, as acções têm de ser concertadas e, com a troca de experiências e informação, podemos chegar a melhores soluções”, acrescentou Rosa Marlene.

Por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Malária, a Esso Exploration Angola (Bloco 15) anunciou ontem, em nome da Fundação ExxonMobil, uma doação adicional de mais de 1,8 milhões de dólares para projectos comunitários de combate à malária no país.

De acordo com um comunicado da petrolífera, que investiu mais de 25 milhões de dólares em projectos de combate à malária em Angola, esta doação adicional permitirá implementar seis programas comunitários nas províncias de Luanda, Benguela, Cunene, Huambo, Huíla, Kuando-Kubango, Kwanza-Sul, Kwanza-Norte, Lunda-Norte, Lunda-Sul, Malange, Moxico, Namibe, Uíge e Zaire.»

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