As empresas públicas angolanas facturaram, em 2024, 12,8 biliões de kwanzas (cerca de 11,9 mil milhões de euros), mais 15,9% do que no ano anterior, segundo dados do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE).
O balanço, que antecede o Encontro Anual do Sector Empresarial Público (E-SEP 2025), marcado para 15 de Setembro, indica que o universo de empresas públicas e participadas integra 87 empresas, das quais 81 em funcionamento, que geriram um activo agregado (património) de 39,6 biliões de kwanzas (cerca de 36,6 mil milhões de euros).
Já os fundos próprios subiram 11,5%, para 14,6 biliões de kwanzas (cerca de 13,5 mil milhões de euros).
“Os resultados alcançados evidenciam o compromisso das empresas públicas em fortalecer a sua gestão e acompanhar a evolução das dinâmicas económicas do país”, destaca o IGAPE em comunicado.
Apesar da melhoria nos principais indicadores, a rentabilidade caiu ligeiramente: o ROE (retorno sobre o capital próprio) fixou-se em 5,4%, enquanto o ROA (retorno sobre os activos) ficou nos 2,0%.
O peso das empresas públicas no Produto Interno Bruto desceu de 18,1% em 2023 para 16,0% em 2024.
O Encontro Anual do Sector Empresarial Público (E-SEP 2025) consolida-se como a principal plataforma de avaliação estratégica, reconhecimento de desempenho e debate de alto nível sobre os desafios e oportunidades do Sector Empresarial Público (SEP) em Angola.
A adopção da sigla E-SEP, diz o IGAPE, marca um momento simbólico e estratégico no processo de modernização do sector. Mais do que uma simples abreviação, o acrónimo E-SEP representa excelência, eficiência, estratégia e Estado, reforçando o compromisso com uma nova geração de empresas públicas — mais modernas, sustentáveis e conectadas com as necessidades do país.
Recorde-se, entretanto, que foi lançado no passado dia 5 o processo de Oferta Pública de Venda (OPV) do Banco de Fomento Angola (BFA), um marco estratégico para o desenvolvimento do mercado de capitais em Angola.
Segundo o Presidente do Conselho de Administração do IGAPE, Álvaro Fernão, “a OPV do BFA insere-se no (PROPRIV 2023- 2026) um programa muito ambicioso, concebido não apenas para a alienação de activos e empresas, mas também para implementação de mecanismos modernos e dinamizadores da nossa economia nacional”.
A operação disponibiliza ao mercado 29,75% do capital social do BFA, incluindo 15% detidos pela UNITEL e 14,75% pelo BPI. Para o PCA do IGAPE, esta decisão “não representa um sinal de desinvestimento, mas de facto, um voto de confiança no potencial do Banco e na sua capacidade de prosperar em um mercado ascendente, competitivo e aberto”.
O IGAPE, enquanto entidade responsável pela execução do PROPRIV, assegurou a estruturação da operação com rigor técnico e transparência. “Continuaremos a agir com integridade e visão estratégica, para que o PROPRIV seja um verdadeiro instrumento de transformação económica, inclusão e desenvolvimento sustentável”, reforçou Álvaro Fernão.
Com mais de 4,4 milhões de acções do BFA agora disponíveis ao mercado, a iniciativa amplia a base de investidores, promovendo o aumento do volume de capitalização bolsista. “Cada privatização, transparente e concorrencial, é uma oportunidade de crescimento e criação de valor para accionistas e para toda a sociedade”, acrescentou.
Os investidores interessados podem obter mais informações sobre a OPV do BFA, incluindo prazos, condições e procedimentos de subscrição, junto dos intermediários financeiros autorizados ou através do portal oficial do IGAPE e do Banco de Fomento Angola.