EXPORTAÇÕES PORTUGUESAS ESTÃO EM ALTA

O vice-presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) destacou hoje o crescimento de cerca de 10% das exportações nos primeiros cinco meses deste ano para Angola, comparativamente ao período homólogo, “um sinal evidente” da dinâmica das relações.

Luís Ceia disse, em declarações à Lusa, que este é o 13.º ano consecutivo que a AEP participa da 40.ª edição da Feira Internacional de Angola (Filda), que começou hoje e decorrer até domingo, na província de Icolo e Bengo, com 15 empresas presentes das áreas de metalomecânica, produtos alimentares, construção, entre outras.

“Neste momento temos ainda os números por alto, mas manifesta uma tendência de crescimento e mesmo até do investimento de Angola em Portugal, o que é importante, mesmo num período que se possa sentir menos bom, acho que há aqui dados positivos a reter”, disse.

Segundo Luís Ceia, o objectivo é mostrar o melhor das empresas portuguesas a um mercado “tão importante” para Portugal como o angolano, “não só pela dimensão, pela língua, mas pela confiança mútua”.

“Nós apostamos, já há muitos anos, no mercado angolano, trazendo e dando apoio em várias áreas, a empresas também de diferentes áreas, que vão de norte a sul do país”, disse o vice-presidente da AEP, realçando que muitas empresas têm vingado já no mercado angolano.

O objectivo firme das empresas portuguesas na feira, destacou Luís Ceia, “é de aumentar o seu leque de fornecedores, de clientes, ou seja, de contactos, e que no fundo resulte em mais investimentos e, acima de tudo, mais criação de riqueza para os dois países”.

O líder associativo frisou que se mantém quase a mesma a participação de empresas portuguesas comparativamente à edição anterior, admitindo que há uns anos era maior a presença portuguesa, que pode significar o crescimento natural das empresas.

“Muitas que vieram connosco em grupo, aqui no pavilhão de Portugal e partilhando esse espaço que nós criamos, já hoje se afirmam individualmente em outros pavilhões e com outra produção e ganhando outro músculo, é isso que nós esperamos, que algumas das que estão cá connosco este já possam vir em anos futuros individualmente”, explicou.

Por sua vez, o administrador executivo da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Paulo de Oliveira, assinalou os 40 anos de realização da Filda e os 50 anos de independência de Angola, agradecendo a representação das empresas portuguesas.

Paulo Oliveira sublinhou ser hoje dia dedicado a Portugal na Filda, no qual pretendem transmitir às empresas portuguesas o apoio da AICEP e das autoridades angolanas, importantes no seu acolhimento.

“Sabendo nós que existem desafios grandes, custo de contexto elevados. Angola não é para amadores, é para pessoas resilientes, empreendedores convictos”, afirmou.

Paulo Oliveira acredita que, apesar dos desafios, o mercado angolano continua a ser atractivo para as empresas portuguesas, sublinhando que “Portugal é um parceiro de Angola antigo, do presente e do futuro”, presente em muitos sectores, construção, saúde, seguros, agro-alimentar, indústria e serviços.

Um das empresas a participar na Filda é a Ventisec, criada há 35 anos, ligada à agro-indústria, com operações em Angola desde 2018, e segundo o seu responsável, José Botelho, o objectivo é identificar novos clientes, apresentando os seus produtos, como secadores de cereais, limpadoras, descasque de arroz, entre outros.

“Estamos no mercado, aceitamos os desafios, convites que existem para se participar (…) acreditamos neste negócio, neste país, onde tem muita coisa para se fazer”, referiu.

A Lacto Serra, a comercializar há quatro anos para Angola, participa da Filda com a expectativa de, após vários anos de presença, consolidar os negócios com os atuais clientes e procurar novos, disse o director comercial, Miguel Espírito Santo.

“Estamos com uma empresa sólida, com crescimento, a aposta no mercado angolano também contribuiu um pouco para esse crescimento, ao longo dos anos temos melhorado o mercado em Angola e esperamos que este ano seja mais um a darmos continuidade a esse trabalho”, salientou.

Já Susana da Silva, administradora da Cacicambra, líder do sector armeiro, disse que voltam a participar da Filda depois de algum interregno, salientando que a exportação para Angola não é elevada, contudo constante, com parcerias que já têm mais de 20 anos.

A responsável destacou o período de transição que as empresas angolanas de segurança privada estão a registar, deixando de usar armas de guerras, substituindo-as por armas de defesa, uma oportunidade para a Cacicambra.

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