O diálogo permanente com a sociedade angolana e personalidades estrangeiras tem sido a forma de trabalho privilegiada do Presidente da República, general João Lourenço, ao longo do seu mandato e manteve-se durante 2024. Quem o diz, virado para o espelho, é o Presidente do MPLA, bem como o Titular do Poder Executivo e, ainda, o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas.
Por Orlando Castro
Na linguagem pouco, ou nada, erudita, diálogo significa conversação entre duas pessoas; conversação entre várias pessoas; discussão ou negociação entre duas ou mais partes, geralmente com vista a um acordo. Já os eruditos do MPLA garantem que diálogo significa ouvir o rei estar calado. Como é óbvio, aqui no Folha 8 defendemos o diálogo e não o monólogo (acto de falar consigo próprio; discurso que não deixa oportunidade aos outros interlocutores de intervirem) ditatorial de quem é chefe sem ser líder.
O Chefe de Estado recebeu no Palácio Presidencial, em Luanda, centenas (talvez até milhares) de individualidades nacionais e estrangeiras, com as quais abordou diversos assuntos ligados à política, à diplomacia, ao desporto, ao desenvolvimento económico e social de Angola, à plantação das couves com a raiz para cima, ao êxito do inédito sistema por si implantado de pôr os angolanos a aprender a viver sem comer etc. etc. etc..
Na vasta lista de personalidades nacionais e internacionais, destacam-se políticos, embaixadores, empresários, académicos, desportistas, artistas, famintos, chimpanzés, aves de rapina, jacarés, mabecos e representantes de organizações da sociedade civil, académica, militar, cultural, política, canibal e por aí fora.
Tratando-se de figuras nacionais, foi destaque a recepção dos atletas olímpicos e paraolímpicos que participaram nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, numa cerimónia que teve como ponto alto a entrega da bandeira (do MPLA) à delegação angolana levada à maior tribuna mundial do desporto, numa inédita homenagem ao único herói nacional da História de Angola, Agostinho Neto, por ocupar o lugar de maior genocida do país pelos massacres de 27 de Maio de 1977, quando mandou matar cerca de 80 mil angolanos.
O lutador angolano de Artes Marciais Mistas (MMA) Demarte Pena também foi recebido pelo Presidente general, a quem entregou o seu troféu conquistado numa competição em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, e conversou sobre as dificuldades e desafios do desporto nacional, em particular da modalidade que pratica.
O Presidente general João Lourenço recebeu ainda os nacionalistas André Pitra ‘Petroff’ e Ismael Martins para uma abordagem (monólogo) sobre a situação do país, em várias dimensões.
Numa audiência colectiva, João Lourenço conversou (ou seja, falou e os outros ouviram pois ouvir não é uma característica do general) sobre questões sociais, de interesse para as populações, com oito líderes religiosos, nomeadamente o Bispo Dom Afonso Nunes, da Igreja Tocoísta; Reverendo Alexandre Seul, da Aliança Evangélica; Vladimir Agostinho, do Conselho das Igrejas Cristãs; Bispo Alberto Segunda, da Igreja do Reino de Deus; Bispo Antunes Huambo, da Igreja de Comunhão de Angola; Reverendo Kissoloquele Kiangane, da Igreja Kimbanguista; Apóstolo Victor Segunda, da Igreja Eterna Santificada Unida de Angola; e o Pastor Teixeira Mateus Vinte, da Igreja Adventista do 7º Dia.
Noutra ocasião, foi também recebido o Presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom José Manuel Imbamba. Na audiência com o general João Lourenço, conversaram sobre as relações entre o Estado angolano e a Igreja Católica e sobre 50 anos da (In)dependência Nacional, que a igreja pretende celebrar com um culto ecuménico para agradecer a Deus (e a João Lourenço, e claro) pelos benefícios alcançados na caminhada para o paraíso.
Um grupo de angolanos residentes fora do país passou igualmente pelo Palácio Presidencial. O Chefe de Estado manteve um encontro interactivo e descontraído com estes angolanos que vivem na Bélgica, Portugal, República Checa e Espanha, e que mostraram satisfação pela iniciativa do monólogo directo de João Lourenço, sobre os problemas, avanços e desafios de Angola. Embora sem perspectiva de regresso, estes angolanos manifestaram a vontade de contribuir para o progresso do país.
Entre as figuras internacionais que foram à Cidade Alta, destaca-se o Príncipe Herdeiro do Sultanato de Omã, Sayyid The-Yazin Haitham Al Said, que abordou com o general Presidente aspectos ligados às relações bilaterais nos mais variados domínios.
No âmbito dos preparativos da histórica visita a Angola do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realizada no último mês de 2024, estiveram no beija-mão ao “escolhido de Deus” (versão II) o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o embaixador cessante dos Estados Unidos em Angola, Tulinabo Mushingi.
Um grupo de cinco senadores norte-americanos, chefiados por Patty Murray, Presidente do Senado, também esteve na Cidade Alta e destacou a importância da parceria entre EUA e o MPLA na sua qualidade de dono de Angola há 49 anos, que podem ser aprofundadas nos mais variados domínios, principalmente no sector da saúde em que apoiam programas de combate à Malária (a principal causa de morte no Reino), VIH/Sida, de formação de agentes comunitários e programas de gestão da cadeia de abastecimento de medicamentos.
Dos EUA também veio uma delegação da CNN Internacional, encabeçada pelo seu vice-presidente para Parceria Estratégica, Konstantinos Oikonomu. Com o Chefe do Estado do MPLA abordou-se a possibilidade de parceria entre a cadeia televisiva norte-americana e a Televisão Pública de Angola (órgão de propaganda do regime), para o desenvolvimento de programas de formação para quadros nacionais.
No Palácio Presidencial, esteve ainda o vice-prefeito da cidade de Hampton, EUA, James Gray, que integrou uma delegação composta por 24 membros da família Tucker, norte-americanos descendentes de angolanos (do MPLA, obviamente) da província de Malanje.
O general recebeu ainda a presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, a norte-americana Kate Forbes, e trataram de questões ligadas à actividade desenvolvida pela organização em Angola.
Outro encontro mediático, em 2024, foi entre o Chefe de Estado e a equipa de especialistas de cirurgia robótica, encabeçada pelo Professor Kenneth Joseph Palmer Roman, que veio a Angola para avaliação e implementação no país desta técnica avançada para tratamentos de alta complexidade que, segundo general Presidente, vai evitar que a esmagadora maioria dos angolanos (20 milhões de pobres) sejam gerados com fome, nasçam com fome, e morram pouco depois com… fome.
Noutro momento, o general João Lourenço recebeu o fundador e director médico do Instituto de Robótica Global, Vipul Patel, líder da equipa que realizou a primeira cirurgia robótica em Angola, no Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulmonares Dom Alexandre do Nascimento. Ficou garantido que, graças a estas apostas do MPLA, antes de os angolanos morrerem todos estavam… vivos.
Por sua vez, o Presidente do Banco de Comércio e Desenvolvimento da África Oriental e Austral, Admassu Tadass, após num encontro com o general João Lourenço, anunciou um investimento de 500 milhões de dólares para apoiar os sectores da agricultura, energia, transporte, saúde e comércio,
Também o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, esteve igualmente na Cidade Alta, com o objectivo de preparar a visita (para despacho) do Primeiro- Ministro Luís Montenegro, que veio acontecer entre os dias 23 e 25 de Julho.
Assuntos ligados ao desenvolvimento do futebol em Angola foram também levados ao Palácio Presidencial, no encontro entre o general mestre em xadrez e o mais alto dirigente da Confederação Africana de Futebol (CAF), o sul-africano Patrice Tlophane Motsepe.
De igual modo, foi registada a presença de uma delegação do AFREXIMBANK, encabeçada pelo Presidente do Conselho de Administração, Benedict OKey Oramah, que anunciou a ampliação da sua carteira de crédito para financiar (dar fiado) o projecto de construção das refinarias do Lobito e de Cabinda e a fábrica de fertilizantes do Soyo.
O Chefe do reino concedeu ainda, em audiência, ao antigo Presidente da República Federativa da Nigéria, Olusegun Obasanjo, na qualidade de Patrono do Conselho Empresarial Angola-Nigéria. As partes trataram de temas no domínio da agro-indústria e investimentos nos segmentos de logística e infra-estruturas associadas ao novo Aeroporto Internacional de Luanda, à Zona Económica Especial Luanda-Bengo, à Zona Franca da Barra do Dande, à indústria farmacêutica e à investigação agronómica.
Vindo do Japão, passou pela Cidade Alta o Presidente da Agência de Cooperação Internacional, Tanaka Akihiko, para o reforço da cooperação com Angola nas áreas da energia eléctrica, educação e saúde. Porém, estabeleceu como prioridade o financiamento do projecto de electrificação da região sul de Angola, com um dois milhões de dólares.
Por sua vez, o general João Lourenço, recebeu o director geral do Departamento Internacional das Associações das Empresas Francesas, Jean François Bureau, e manifestou o interesse de Angola realizar actividades de âmbito espacial com a cooperação da França.
Da longa lista de figuras internacionais que estiveram no Palácio Presidencial, faz também parte uma a chefe do Departamento para África e Médio Oriente do Fundo Global, Caty Fall, que anunciou a concessão de um fiado de 126 milhões de dólares para apoiar o combate à tuberculose, malária e HIV/Sida nas províncias de Benguela, Cuanza Sul e Bié, no âmbito do reforço da parceria entre esta instituição e o Governo angolano.
Em 2024, tiveram ainda audiências com o general João Lourenço um grupo de mulheres congolesas, lideradas por Juliene Essange, presidente da associação de recuperação de mulheres vítimas da violência no Leste da República Democrática do Congo (RDC), que solicitaram ao representante Deus em África (João Lourenço) o contínuo apoio para o fim da guerra nesta zona.
Tempo depois, foi a vez do presidente do Comité de Sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Michael Imran Kanu, a estar com João Lourenço para uma avaliação da situação de segurança na República Democrática do Congo.
O nosso (do MPLA, entenda-se) general dos generais, recebeu ainda, em audiência, altas figuras de grupos empresariais, como o presidente da Comissão Executiva da petrolífera italiana ENI, Cláudio Descalzi; o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina; o PCA e director executivo da Chevron, Mike Wirth; e o presidente da empresa italiana Leonardo SPA (Grupo industrial de alta tecnologia nos sectores aeroespacial, defesa e segurança), Stefano Pontecorvo; Presidente e CEO da multinacional DP WORLD, Hamed Bin Sunlayen; o presidente e CEO da multinacional nigeriana Dangote, Aliko Dangote, entre outros.
Todos, de uma forma geral, manifestaram (pudera!) disponibilidade para investir no reino em diferentes áreas e províncias e criar empregos para juventude angolana, até mesmo para os cinco milhões de criança que estão fora do sistema de ensino.
Da agenda de João Lourenço constou também audiências com embaixadores de diferentes países para cumprimentos de despedida, enquanto outros foram acreditados para trabalhar em Angola, em cerimónia devidamente preparada para o efeito.
Em resumo, ao longo de 2024 atendeu a inúmeras visitas com diferentes preocupações, recebeu vários subsídios e apoios financeiros e institucionais para melhoria da sua governação, e apoiou muitas iniciativas em prol de causas sociais.