Na versão do MPLA, a política de elevado gabarito intelectual e provas dadas a todos os níveis e em todas as posições, Mara Quiosa, tomou hoje posse como membro do Conselho da República e compromete-se a trabalhar em prol da melhoria das condições sociais da população angolana. Começando, obviamente, numa escala hierarquicamente descendente.
Após conferir posse à nova conselheira e nova vice-chefe do Estado-Maior do MPLA, o Presidente da República, general João Lourenço, disse que acredita que enquanto aconselhado vai ganhar bastante, assim como o país.
“Acredito que ao integrar, a partir de hoje, o Conselho da República, vai trazer um bocado daquilo que aprendeu com as comunidades, vai trazer os anseios, as aspirações e os conselhos sobre a forma como o Presidente da República deve ir ao encontro dos mesmos anseios e aspirações”, sublinhou o general João Lourenço.
Em declarações à imprensa, no final na cerimónia, Mara Quiosa garantiu que vai dar continuidade aos trabalhos virados para as comunidades, nomeadamente, escutar os principais problemas e aconselhar o Presidente sobre as melhores formas de os ultrapassar.
“Esta é, de facto, a nossa grande missão. Mas os temas são transversais, naturalmente algumas questões deverão ser muito pontuais, mas há outras de alguma sensibilidade, boa parte delas ligadas essencialmente aos jovens, que é a grande franja da nossa sociedade e precisa de muita atenção”, afirmou a Vice-Presidente do MPLA. Digam lá que Mara Quiosa não é brilhante. Até já sabe que os jovens são “a grande franja da nossa sociedade”.
A empregabilidade da juventude, a igualdade de género e a promoção da mulher são temas que a nova conselheira da República compromete-se a melhorar.
Uma portentosa candidata a um Prémio Nobel
Enquanto governadora da província do Cuanza Sul (ex-governadora de Cabinda e do Bengo), Mara Quiosa, solicitou a construção de uma nova cidade do Sumbe, numa área mais protegida e melhor localizada. Se, enquanto governadora pediu uma nova cidade, como vice do general João Lourenço no MPLA vai com certeza exigir a construção de um novo… país.
Como se pode ver, tal como consta no site do Governo do general João Lourenço, Mara Quiosa é uma altíssima perita do MPLA. Foi Chefe de Secção do Comité Provincial da JMPLA, de Secção do Comité Nacional da JMPLA, de Departamento Produtivo e Social do Comité Nacional da JMPLA, Directora do Departamento de Cultura Recreação e Desportos do Comité Nacional da JMPLA e Deputada à Assembleia Nacional.
Além disso, em 2021 foi Membro do Comité Nacional da OMA, em 2018 Membro do Bureau Político do MPLA, em 2016 Membro do Comité Municipal do MPLA de Luanda, Primeira Secretária do Comité Municipal do MPLA de Luanda, Membro do Comité Provincial do MPLA de Luanda, Membro da Comissão Executiva do Comité Provincial do MPLA em Luanda, Membro do Comité Central do MPLA, Membro honorária do Movangola.
Em 2015 foi Membro do Comité Provincial da OMA, Membro do Comité Nacional da JMPLA, em 2013 Membro da Comissão Executiva do Comité Distrital do Sambizanga, em 2011 Coordenadora do Núcleo da OMA, CAP 165, em 2010 Membro de Direcção do CAP 163, em 2008 Membro da Cruz Vermelha de Angola, em 2007 Membro da Akwa Sambila. Em 1999, com 19 anos, ingressou no MPLA.
O general João Lourenço elegeu para vice-presidente do partido Mara Quiosa, que substitui no cargo Luísa Damião, que cumpria desde 2018 essa função.
Digamos que, oficialmente, Mara Quiosa foi eleita com 585 votos dos 693, foi felicitada pelo líder do MPLA, general João Lourenço, bem como pelo Presidente da Re(i)pública, general João Lourenço e pelo Titular do Poder Executivo, general João Lourenço, tendo – pelo sim e pelo não – o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas sido representado pelo general João Lourenço.
Segundo o general João Lourenço, o MPLA reconhece o mérito daqueles “que de forma incansável” (subserviente e bajuladora, no dialecto do partido) deixam bem o partido e o país. No caso de Mara Quiosa tem toda a razão, desde logo porque os angolanos reconhecem (embora sem ser de forma empírica) que Quiosa é excelente em qualquer posição para que sejam requeridos os seus dotes.
“Aqueles que trabalham não precisam de ser eles a dizer que eu sou um bom quadro, eu sou um bom político, mereço o lugar A ou B. O mérito deve ser reconhecido pelos outros, deve ser reconhecido pelo partido e o partido tem olhos para ver quais são os quadros e dirigentes que de forma incansável deixam sempre ficar bem o nosso partido e o nosso país”, frisou o general, num discurso improvisado e testado sobejas vezes em frente aos espelhos do Palácio Presidencial.
A nova vice-presidente do MPLA foi eleita com 585, o correspondente a 95,7% dos votos, 17 contra, nove abstenções, seis nulos e 15 em branco. Votos contra, abstenções, nulos e em branco? Francamente. O MPLA já não é o que era… General presidente, meta-os na linha.
Em declarações à imprensa, Mara Quiosa prometeu trabalhar “de forma mais aguerrida” para não defraudar a confiança depositada em si pelo líder. Pelo “querido líder”, entenda-se.
“De facto temos alguma experiência, mas nada comparado ao que deveremos realizar agora, mas sim vamos continuar a trabalhar, a ajudar o camarada presidente nesta caminhada, continuando a manifestar o nosso apoio incondicional ao nosso líder”, referiu.
Mara Quiosa citou também o desafio de continuar a trabalhar manter coeso o partido, a dar toda atenção a todas as estruturas de base. Se ela cumprir que essa ideia de dar atenção às bases vai ser um bacanal (político entenda-se).
“O nosso partido continua organizado, continua coeso, temos todas as nossas organizações em pleno funcionamento, o que nós vamos continuar a fazer agora é fazer este acompanhamento, que de alguma forma já tem estado a acontecer”, afirmou.
Na sua intervenção final, o general João Lourenço (ele próprio o general dos generais e que, reconheça-se, já deveria ser – no mínimo – marechal) disse que este congresso “que contrariou o sentimento pessimista de algumas pessoas” decorreu num ambiente “de harmonia e camaradagem”, frisando que “os objectivos foram atingidos”.