A baixa no preço do barril de petróleo, verificada desde Junho, está a levar o Executivo de Eduardo dos Santos a traçar estratégias para contornar as dificuldades desencadeadas. Ou seja, com o preço do petróleo em alta ou em baixa, serão sempre os mais pobres a pagar a factura.
O Presidente Eduardo dos Santos perspectivou para 2015, com uma originalidade quase divina, um ano difícil no plano económico, motivado pela “queda significativa do preço do petróleo bruto”, o que vai levar à redução de algumas despesas públicas.
O “querido líder”, que dirigiu nesta segunda-feira uma mensagem de ano novo à Nação, apontou o corte dos subsídios aos preços de combustíveis, como uma das reduções necessárias para o próximo ano.
“Há projectos que serão adiados e vão ser reforçados o controlo das despesas do Estado e a disciplina e parcimónia na gestão orçamental e financeira, para que se mantenha a estabilidade”, disse o Presidente que está no poder há 35 anos, sublinhando que as dificuldades financeiras não vão interferir na política de combate à pobreza.
Habituados a (com)viver com a mentira institucional, os angolanos sabem por dura experiência própria que o combate à pobreza continuará a ser um slogan, ao mesmo tempo que vão aparecer mais uns tantos multimilionários da safra presidencial.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, depois da Nigéria, e tem – como sempre teve – uma economia fortemente dependente das receitas arrecadas com a exportação petrolífera. A baixa no preço do barril de petróleo, verificada desde Junho, está a levar o Executivo angolano a traçar estratégias de contorno ao actual momento.
O corte nos subsídios aos combustíveis em 2015, é uma delas, prevendo o Governo angolano poupar mais de 870 milhões de euros com essa medida. Com esta medida, que consta do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2015, o Governo prevê para o próximo ano “uma redução de cerca de 109,2 biliões de kwanzas (mais de 870 milhões de euros) nos gastos com subsídios aos combustíveis”, para a mesma quantidade de consumo de 2014.
Depois de um último ajustamento ao preço dos combustíveis, em Setembro passado, com um aumento médio de 25% ao consumidor no gasóleo e gasolina, na quarta-feira passada, registou-se a um novo reajustamento de 20% nos preços dos mesmos tipos de combustíveis.