O Presidente João Lourenço empossou hoje os dois novos chefes de Estado-Maior General adjuntos das Forças Armadas Angolanas (FAA), instando-os a colaborarem na reorganização das forças para aumentar a capacidade de defesa do país para uma eventual “situação indesejável”.
Antes da cerimónia, João Lourenço, desta vez na sua qualidade de Comandante-em-chefe das FAA, graduou os dois tenentes-generais com a patente de generais.
José Maria Marques assume as funções de chefe do Estado-Maior General adjunto das FAA para a Educação Patriótica e Jaime Manuel Pombo Vilinga como chefe do Estado-Maior General adjunto para a Área Operacional e Desenvolvimento.
Na sua intervenção, o chefe de Estado orientou ambos os generais a ajudarem o Ministério da Defesa a reorganizar as FAA e a dotá-las de capacidade para melhor cumprirem com a sua missão de defesa da independência, da soberania e do território. Será que a independência e a soberania do território correm riscos?
João Lourenço afirmou que Angola está a viver uma situação de paz há cerca de 22 anos, mas frisou que não devem ser descuradas as responsabilidades de aumentar a capacidade de defesa do país para a eventualidade de se enfrentar “repentinamente uma situação indesejável, sobretudo de agressão externa, de terrorismo e outras ameaças que possam pôr em causa a soberania nacional e a paz e o bem-estar a que os angolanos têm direito”.
Além da modernização, com a aquisição de novos equipamentos, o Comandante-em-Chefe das FAA disse que é necessário, “sobretudo, que cuidem da formação do homem a todos os escalões, para que estejam à altura de melhor servir a pátria”.
PERIGO À VISTA?
Recorde-se que o general João Lourenço felicitou no dia 9 de Outubro do ano passado todos os militares e trabalhadores das FAA por assegurarem a “defesa intransigente” da independência, soberania, paz e integridade do país, prometendo medidas para melhorar infra-estruturas de aquartelamento e armamento do efectivo.
Na mensagem alusiva ao 32.º aniversário das FAA, João Lourenço felicitou todo o efectivo, desde oficiais generais, almirantes, superiores, capitãs e subalternos, sargentos e praças e trabalhadores civis, que “na linha da frente e na retaguarda asseguram a defesa intransigente” da independência do país.
O Presidente general realçou que, a par da defesa da soberania nacional e da integridade do país, as FAA criam “as condições de segurança e estabilidade necessárias ao desenvolvimento e progresso social” de Angola.
Para o também Comandante-em-Chefe das FAA, no contexto de paz em que Angola vive, o engajamento das FAA em tarefas sociais e de interesse público tem ocorrido nos vários domínios e projectos de desenvolvimento que contribuem para a melhoria das condições de vida das populações.
“As FAA granjearam um enorme prestígio em todo seu percurso histórico cumprindo exemplarmente a sua nobre missão de assegurar, com todos os recursos e meios disponíveis, a defesa do território nacional e dos poderes constitucionais, cooperando lado a lado com a Polícia Nacional no combate ao crime organizado, na protecção das nossas fronteiras e na manutenção da ordem e da tranquilidade pública”, lê-se na mensagem.
O general Presidente assegurou, igualmente, que o executivo angolano (do qual é o Titular), em conformidade com as capacidades orçamentais e no interesse da defesa nacional, vai continuar a implementar políticas que tornem as FAA cada vez mais bem servidas do ponto de vista de infra-estruturas de aquartelamento, armamento, meios técnicos e materiais. Prometeu também melhorar as condições de trabalho e a valorização do efectivo, “no âmbito do processo de reestruturação, redimensionamento e modernização em curso”.
O Chefe de Estado finalizou a sua mensagem dirigindo-se aos jovens, aos quais pediu que continuem “firmes no cumprimento da árdua e honrosa missão de servir a pátria demonstrando valores que ressaltem o patriotismo inabalável”. “A pátria aos seus filhos não implora, ordena”, recordou ainda.
POR UMA PÁTRIA (QUE SEJA) DE TODOS
Na altura, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (CEMFFA), Altino Carlos José dos Santos, reiterou, em Luanda, o papel das FAA na consolidação da democracia e na estabilidade política e social do país.
Ao discursar na cerimónia de abertura das “Jornadas Comemorativas em Alusão ao 32° Aniversário da Criação das FAA”, o general de aviação realçou que esse órgão de defesa tem uma longa e gloriosa história.
Tal percurso, disse, remonta aos tempos da luta de libertação nacional, quando se enfrentou o domínio colonial português e as intervenções militares de outras potências estrangeiras que pretendiam fragmentar Angola e saquear as suas riquezas.
Segundo Altino dos Santos, desde a sua criação, as FAA têm demonstrado elevada capacidade e prontidão combativa, para vencer quaisquer desafios na defesa dos interesses da Nação, constituído actualmente o garante da paz e estabilidade nacional.
O general explicou que as FAA também actuam na protecção das fronteiras, no combate ao terrorismo, apoio às comunidades carentes, protecção do meio ambiente e desenvolvimento científico e tecnológico do país.
De igual modo, continuou, colaboram nas missões de paz das Nações Unidas e da União Africana em diversos países, como Moçambique, República Democrática do Congo (RDC) e, num passado recente, no Lesotho, levando ajuda humanitária e segurança aos povos necessitados.
O Chefe do Estado-Maior General especificou que a corporação que dirige é formada por homens e mulheres dedicados, competentes e ligados à pátria, como reflexo da diversidade cultural, étnica e regional, traduzindo-se em símbolo da unidade nacional.
“Devemos continuar a redobrar a vigilância e organização, aumentar o nível de controlo interno, melhorar a eficácia e eficiência do controlo militar no cumprimento das tarefas e missões que forem superiormente baixadas”, exortou.
Para isso, acrescentou, nunca se deve perder de vista os legados de antecessores que deram as suas preciosas vidas, derramado o seu sangue em prol da pátria, uns falecidos, outros mutilados e deficientes físicos de guerra e outros ainda no activo ou já reformados.
O alto oficial expressou o respeito e a admiração pelas FAA e todos os militares que servem ou serviram Angola com honra e dignidade, pelo que aproveitou homenagear os que deram a vida pela liberdade e soberania.
“Quero afirmar o meu compromisso com o fortalecimento das nossas capacidades de defesa e com o apoio das Forças Armadas no sentido de continuar a fortalecer a capacidade operacional, organizativa e técnica, para garantir o cumprimento da nobre missão (…..)”, concluiu o CEMGFAA.
MENSAGEM DO CHEFE DO ESTADO-MAIOR GENERAL
«As Forças Armadas Angolanas, enquanto reserva moral da Nação e continuadoras do legado histórico profundamente inscrito nas nobres tradições combativas do povo angolano, continuarão, hoje, amanhã e sempre a honrar o seu compromisso solene de defender a Pátria, a Independência, a Soberania e a integridade do solo pátrio, fiéis ao poder Político instituído com base na Constituição da República e na Lei.
A sua criação em 1991, no âmbito dos acordos de paz de Bicesse, lançou as premissas fundamentais para o fim do longo conflito armado interno, eliminou os factores externos que sustentavam a desestabilização da República de Angola e a ameaça à sua soberania e integridade territorial, tendo permitido reorientar o País na rota da paz, unidade e reconciliação Nacional.
No âmbito dos compromissos internacionais assumidos por Angola e salvo a situação da pandemia da covid-19 que o mundo enfrenta, as Forças Armadas têm participado com êxito em várias Missões Humanitárias e de Apoio à Paz, sob a égide das organizações internacionais e regionais, nomeadamente as Nações Unidas, a União Africana, a comunidade de desenvolvimento da África Austral (SADC), a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) e a nível dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
Por outro lado, em conjunto com os outros órgãos, as Forças Armadas Angolanas continuam a manter a sua prontidão na prevenção e combate contra as grandes endemias, com destaque para a prevenção e combate a Covid-19, as doenças sexualmente transmissíveis, o HIV/SIDA, a tuberculose, entre outras missões de interesse público, mantendo a mesma determinação de sempre em contribuir na edificação das bases para um futuro cada vez melhor para todos os angolanos.
O lançamento do Portal Web Site das FAA, tem como objectivo a satisfação das expectativas do nosso público de acompanhar as actividades das FAA e ter o domínio da sua importância estratégica no contexto Nacional, Regional e Internacional.
Assim, o nosso programa vai divulgar as principais Missões e Acções desenvolvidas pelas FAA tais como Operações Militares, Exercícios, Reestruturação, Reequipamento, Modernização, Aquisições, Formação, Promoções, Graduações, Condecorações, Avanços Científicos e Tecnológicos, Preparação Operativa, Combativa e Educativo-Patriótico e outras acções de interesse para o conhecimento público.
As informações a serem divulgadas vão reflectir a doutrina, as políticas, as práticas, os objectivos, os valores, os princípios, a missão, a conduta, a postura e a atitude do Militar no âmbito da Lei e regulamentos das Forças Armadas Angolanas.
O Exército Nacional é a escola da vida e, com o Portal Web Site das FAA que estamos a lançar, temos a possibilidade de dar a conhecer a actual fase da reestruturação das Forças Armadas Angolanas, e garantir a defesa da soberania Nacional e da integridade territorial, com maior disciplina, capacidade operativa e patriótica.
Sob a autoridade suprema de Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República e Comandante-em-Chefe, as Forças Armadas Angolanas continuarão a servir o interesse Nacional com Bravura, Firmeza, Coragem e Determinação, pois, “A PÁTRIA, AOS SEUS FILHOS NÃO IMPLORA; ORDENA”!»
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