O ministro das Relações Exteriores angolano, Georges Chikoti, e o seu homólogo francês, Laurent Fabius, assinaram hoje um acordo para facilitar a entrega de vistos para empresários e um plano de acção para uma parceria económica reforçada.
O s documentos foram assinados no final do Fórum de Negócios França-Angola, que contou com cerca de 250 pessoas, incluindo António Carlos Sumbula, o presidente da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), a empresária Isabel dos Santos e dirigentes de empresas do sector petrolífero como a Total e a BP.
“Não há apenas questões económicas”, afirmou Georges Chikoti, no encerramento do fórum, relembrando a importância da cooperação com França para a gestão das crises em África, tendo em conta que Angola vai assumir, em Janeiro, um assento de membro não permanente no Conselho de Segurança da ONU.
“Angola e França cooperam em outros dossiês importantes, no contexto internacional, particularmente na República Centro-Africana. Também falamos regularmente sobre a crise na República Democrática do Congo. Globalmente, partilhamos também todas as posições relativas à luta contra o terrorismo global que afecta o continente africano”, declarou Georges Chikoti, falando em francês.
O chefe da diplomacia angolana elogiou “os esforços que França faz para combater o flagelo do terrorismo e também para combater a crise de Ébola na Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês sublinhou que “as relações políticas estão ao melhor nível de sempre” entre Angola e França, lembrando a visita do Presidente angolano a Paris em Abril e a posterior criação de um grupo de trabalho bilateral para “reforçar e diversificar as relações económicas”.
Por outro lado, Laurent Fabius sublinhou a vontade de cooperar com Angola tendo em vista a conferência internacional sobre o Clima em Paris em 2015.
“Esta cooperação vai ser particularmente útil num dossiê que nos vai mobilizar em 2015: o clima. É a sobrevivência da humanidade que está em jogo e África é a primeira afectada. É a luta contra as alterações climáticas que vamos tratar no próximo ano e precisamos do apoio de Angola”, disse Laurent Fabius.
Georges Chikoti chegou hoje a Paris, depois de ter efectuado uma visita oficial aos EUA, onde foi recebido, como o Folha 8 noticiou, pelo homólogo norte-americano John Kerry, em Washington.
No plano internacional, além de presidir a Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL) desde Janeiro de 2014, Angola prepara-se para assumir, em Janeiro de 2015, um assento de membro não permanente no Conselho de Segurança da ONU, estando agendados para o próximo ano a conferência internacional sobre a pirataria no Golfo da Guiné e o envio de militares para a República Centro-Africana.
No plano económico, de acordo com dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, o comércio bilateral entre França e Angola atingiu perto de 1,47 mil milhões de euros em 2012, contra 3,2 mil milhões de euros em 2008.
Em 2012, as exportações francesas totalizaram 543,9 milhões de euros – dominadas pelos equipamentos destinados ao uso petrolífero – e as importações atingiram 933 milhões de euros.
Cerca de 70 empresas francesas estão presentes em Angola, principalmente no sector petrolífero, com a Total a ser o primeiro operador no país ao produzir 610 mil barris por dia em 2012.