Com a ajuda dos “jornalistas” bem comportados, o Ministro do Interior, Eugénio Laborinho, sempre fez acreditar que “a criminalidade na capital do país está controlada”, porque só afecta os 28 milhões de angolanos pobres. Desta vez a vítima de assaltos em Luanda foi o Administrador do Distrito Urbano do Benfica, Baudílio Vaz, seu colega na turma da marimbondagem do MPLA, que viu a vida por um fio, nesta quinta-feira, 14 de Dezembro, ao ser atacado por marginais armados.
Por Geraldo José Letras
Se quando os pacatos cidadãos reclamam do elevado índice de criminalidade na província de Luanda, o Ministro do Interior, Eugénio Laborinho, minimiza os gritos de socorro com a habitual expressão “a criminalidade na capital do país está controlada”, agora que um dos seus colegas na turma da marimbondagem sustentada pelo MPLA, o Administrador do Distrito Urbano do Benfica, Baudílio Vaz, também acabou vítima de um assalto a saída de uma agência do Banco BIC, o que dirá para justificar a sua incompetência diante dos índices de assaltos que assistem na via pública e em residências contra os cidadãos que, com a ajuda dos jornalistas bem comportados da TPA, RNA, Angop e Jornal de Angola tem tudo feito para ocultar?
Acompanhado de um amigo de infância na viatura da marca Lexus, o Administrador do Distrito Urbano do Benfica, município de Talatona, que havia acabado de efectuar um levantamento de dinheiro não revelado por ele às autoridades policiais, sentiu na pele a realidade dos 28 milhões de angolanos que estão todos os dias expostos ao risco de assaltos na via pública e residências próprias sem contar com a polícia à tempo e hora ao se ver surpreendido por assaltantes numa motorizada munidos de uma pistola, a tentar forçar a abertura do vidro da viatura com tiros e palavras de terror.
Para confirmar a incompetência de Eugénio Laborinho escondida na sua arrogância, aconteceram, só nesta quinta-feira, três assaltos relatados nas redes sociais com o balanço de um cidadão ferido ao tentar confrontar uma dupla de marginais carregados numa motorizada com uma pistola no bairro do município nobre de Luanda, Patriota.
Além dos inúmeros assaltos feitos em residências de muitos bairros da capital do país, Luanda, que lidera o relatório de Segurança Pública e Operações (DISPO) do Comando Geral da Polícia Nacional em termos de médias diárias de crimes registados, com 69 crimes, dos quais 96 resultaram em homicídios, na via pública, no interior das habitações e estabelecimentos comerciais, seguindo-se do Huambo com 37, Bié com 30, Benguela com 27, Cuanza-Sul com 21, Luanda-Norte 18 e Huíla com 12 homicídios.
O mesmo relatório, revela também o “aumento das ofensas corporais, provocadas, sobretudo pelo consumo excessivo de álcool, que acabaram por provocar desentendimentos entre familiares e amigos e destes que resultaram em mortes e ofensas corporais, algumas das quais graves”.
Quanto aos crimes violentos, segundo o documento, a relação entre a densidade populacional e o número global desta natureza, em cada 100.000 habitantes, registou uma taxa de 33,09 crimes violentos, situando a taxa dos homicídios em 1,76 crime por cada 100.000 habitantes, porém, as ofensas à integridade física em 13,1, as agressões sexuais em 2, 90 e os roubos em 15,3.
O relatório de Segurança Pública e Operações (DISPO) confirma o aumento nos crimes contra “as pessoas, contra a propriedade e contra a fé pública em relação ao período anterior”.