O presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, principal partido da oposição angolana que o MPLA ainda permite, considera que o fracasso das lideranças africanas está por detrás do regresso de golpes de Estado no continente, defendendo uma “transição rápida” do poder dos militares para autoridades eleitas.
Para Adalberto da Costa Júnior considera que “o incremento da instabilidade e de golpes de Estado é consequência de governos que não governam os seus povos, consequência de governos que mudam a constituição para não sair do poder”.
O líder da UNITA falava em entrevista ao canal privado moçambicano STV.
“Não aplaudimos os golpes de Estado, não são a solução para os problemas africanos”, realçou Adalberto da Costa Júnior, sublinhando, contudo que é a incapacidade das lideranças africanas em proporcionar uma melhor qualidade de vida às populações “estimula a ocorrência de afastamento de governos por militares”, prosseguiu.
O presidente da UNITA apelou aos governos militares para assegurarem uma transição rápida para o poder civil eleito. “Estes autores de golpes devem fazer transições rápidas”, através de “processos eleitorais que devolvam a soberania para o povo”, enfatizou.
Vários países africanos, principalmente na África Central, assistiram nos últimos tempos a golpes de Estado conduzidos por militares.
APRENDAM COM… JOÃO LOURENÇO!
A paz e segurança na Região Austral do continente africano, bem como em África e no mundo, em geral, foram assuntos abordados “exaustivamente” na 43ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da SADC, realizada em Luanda em Agosto, sob os auspícios – segundo o MPLA – do “campeão da paz”, general João Lourenço. O mundo já pode estar mais… descansado!
A afirmação foi do Chefe de Estado angolano, Presidente do MPLA, Titular do Poder Executivo e Presidente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), João Lourenço, no final da reunião da organização regional.
De acordo com o Presidente angolano, a situação em Moçambique estava “consideravelmente mais tranquila e estável”, em grande medida, pela entrada em acção da Força Conjunta em Estado de Alerta da SADC, cuja missão foi recentemente prorrogada por mais um ano, tendo em conta os resultados positivos que se vêm registando.
“A estabilidade nesta zona de Moçambique será a chave para que consigamos dar passos objectivos tendentes à captação dos apoios necessários para a reconstrução económica e social da província de Cabo Delgado e, consequentemente, do país”, afirmou João Lourenço, mostrando a sua perspicácia intelectual e sagacidade estratégica.
Relativamente ao Leste da República Democrática do Congo (RDC), João Lourenço garantiu (e se ele garantiu é certamente… mentira) a continuação do trabalho na busca dos melhores caminhos para a paz, em estreita coordenação e concertação com os outros mecanismos existentes actualmente para a resolução do conflito.
A propósito, o Presidente da República do MPLA enalteceu a deliberação sobre o envio de um destacamento das Forças da Brigada Reforçada da SADC para um período de 12 meses, com o objectivo de ajudar a RDC a encontrar os caminhos mais rápidos para a estabilidade, a fim de contribuir para a pacificação total da região.
João Lourenço manifestou igualmente preocupação com a situação no Sudão, que já causou milhares de mortos, deslocados internos e refugiados, e destruiu muitas das infra-estruturas do país, e apelou às partes para resolverem o conflito por via de negociações, com vista ao alcance da paz necessária para a reconstrução nacional e o desenvolvimento económico-social do país.
Os acontecimentos na região do Sahel, com o terrorismo, e as mudanças inconstitucionais de governos legitimamente eleitos pelos povos, através de golpes de Estado praticados pelas chefias militares, foram outras preocupações apresentadas pelo Presidente da SADC, que encorajou os líderes dos países membros da CEDEAO, no sentido da rápida reposição da ordem jurídico-constitucional nos países em causa.
Sobre a Europa, João Lourenço defendeu na altura o fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, pelas consequências que representa para a paz e segurança mundiais, bem como no quesito alimentar, energético e do comércio internacional. Consta que Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky levaram muito a sério o apelo do presidente general do MPLA, reuniram de imediato os principais dignitários russos e ucranianos e fartaram-se de… rir (há quem diga que rir é o melhor remédio).
“As armas devem se calar e ceder lugar à diplomacia, para se evitar o escalar do conflito ou uma possível confrontação nuclear, negociando uma paz que seja realmente duradoura para a Europa”, exortou João Lourenço, sendo que os seus assessores consideram esta afirmação digna da atribuição do Prémio Nobel da Paz..
Para o Presidente João Lourenço, estes e outros conflitos que se desenvolvem em África e no mundo, associados à seca que afecta vastas áreas da região e às nefastas consequências da pandemia da Covid-19 têm sido os grandes causadores da crise actual na produção alimentar mundial. Os 20 milhões de angolanos pobres gritaram, em uníssono: ámen Presidente!
Neste contexto, o representante de “deus” em Angola, defendeu um esforço colectivo dos estados-membros da SADC para identificar medidas que atenuem os impactos resultantes desses factores, para garantir mais produção agrícola, até se atingir a auto-suficiência alimentar, tal como acontecia em Angola antes de os colonialistas portugueses terem sido substituídos pelos colonialistas do MPLA.
Apesar de reconhecer melhorias no cumprimento dos prazos das contribuições, João Lourenço disse que ainda não se atingiu a excelência que se pretende, daí a necessidade de se continuar a trabalhar a nível da comunidade e com os Parceiros de Cooperação Internacional, no sentido de obter os meios e ferramentas necessárias para a implementação dos compromissos prioritários constantes do Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional.
A terminar, o Presidente da República agradeceu a decisão dos estados-membros da SADC de indicar Angola como seu candidato à presidência da União Africana, em 2025, altura em que o país comemora 50 anos da troca de colonialistas, a que o MPLA chama de Independência Nacional.