O procurador-geral do Brasil, Rodrigo Janot, disse hoje que o seu país é “extremamente corrupto”, exemplificando com o escândalo dos subornos na petrolífera Petrobras, que considerou que “envergonha toda a sociedade”.
N a abertura de uma conferência da Associação Ibero-americana dos Ministérios Públicos sobre a corrupção em Brasília, que se assinala no âmbito da cimeira ibero-americana que decorre no México, Rodrigo Janot afirmou estar “perante um dia de celebração [Dia Internacional contra a Corrupção], mas na realidade só temos motivos para lamentar e lamentar muito”, disse, referindo-se aos níveis de corrupção que o Brasil apresenta e à sucessão de escândalos que atingem os partidos políticos e os empresários.
“O Brasil é extremamente corrupto”, afirmou durante o discurso, no qual disse que o escândalo da Petrobras “envergonha toda a sociedade”, segundo a agência espanhola Efe.
Em particular, Rodrigo Janot referiu-se à petrolífera Petrobras, sobre a qual recaem suspeitas de desvios de dinheiro por políticos e empresários, na última década, de mais de 3,5 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros).
“É evidente que não se pode generalizar, mas o país não aguenta mais estes níveis de corrupção e a desfaçatez de muitos agentes públicos e empresariais”, enfatizou o magistrado.
A conferência que decorre hoje em Brasília insere-se no programa da Cimeira Ibero-americana, em Veracruz, no México, a última com carácter anual, dado que a próxima será na Colômbia, em 2016, e é marcada pelo lançamento de um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre a economia, a edução e a inovação na América Latina.