Dois directores do Novo Banco, que transitaram do BES, foram constituídos arguidos após buscas das autoridades portuguesas no âmbito das investigações relacionadas com um processo-crime do universo Espírito Santo.
F onte próxima do banco esclareceu que “são dois directores, de um universo de 500 directores que trabalham no Novo Banco”. Número, portanto, quantitativamente irrelevante. Qualitativamente não se sabe, mas neste altura do “campeonato” nada disso parece ser relevante.
A notícia foi avançada pelo jornal “Público”, talvez devido – parafraseando Proença de Carvalho – ao relacionamento do juiz Carlos Alexandre com os “tablóides”, e também pela estação televisiva TVI, tendo a mesma fonte afirmado à Lusa que os dois responsáveis que foram constituídos arguidos estavam ligados à comercialização de dívida das “holdings” do Grupo Espírito Santo (GES) aos balcões do Banco Espírito Santo (BES).
Na quinta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) indicou que as diligências que decorreram no âmbito de um processo-crime “do universo Espírito Santo” têm por base suspeitas de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento e fraude fiscal.
A PGR adiantou que, no âmbito de investigações, dirigidas pelo Ministério Público, realizaram-se várias diligências, designadamente 34 buscas domiciliárias, uma a um advogado e seis buscas a entidades relacionadas com o exercício da actividade financeira.
Segundo a PGR, participaram nas buscas 14 magistrados do Ministério Público (MP), do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, dois peritos do DIAP e duas centenas de elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária e da Autoridade Tributária (AT), entidades que coadjuvam o MP.
Nestas investigações, que se encontram em segredo de justiça, o Ministério Público conta também com a colaboração do Banco de Portugal e da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Após rebentar o chamado caso BES, a PGR criou uma equipa especial para investigar as alegadas irregularidades e os ilícitos criminais na gestão daquele banco, sendo a equipa multidisciplinar constituída por magistrados do DCIAP, elementos da Autoridade Tributária, da PJ e dos reguladores – CMVM e Banco de Portugal.