O Presidente de Angola, João Lourenço, comprometeu-se hoje, na 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26), em Glasgow, a aumentar para 70% o uso de fontes renováveis de energia até 2025. Se insistissem um pouco mais teria prometido fazê-lo já em 2022…
Numa intervenção esta manhã, o chefe de Estado disse que o país privilegia “a produção e consumo da energia limpa proveniente das barragens hidroeléctricas existentes e outras por construir, assim como mais fontes renováveis de energia, com destaque para projectos de produção de energia fotovoltaica como parques solares, que vão reduzir o consumo de combustíveis fósseis na produção de energia eléctrica”.
Actualmente, vincou, a matriz energética do país, um dos maiores produtores mundiais de petróleo, já inclui 62% de fontes renováveis e a ambição é “chegar a 70% em 2025”.
O chefe de Estado manifestou também o empenho de Angola no esforço em combater as alterações climáticas com outras medidas, como o protecção e repovoamento florestal, em particular de mangais, através de uma campanha nacional de plantação de mudas de manga ao longo da extensa orla marítima nacional.
Angola é um dos mais de 100 países subscritores de um novo acordo para parar e reverter a desflorestação e degradação do solo anunciado hoje.
João Lourenço disse ainda que Angola celebrou recentemente em Washington, nos Estados Unidos, um convénio com o Fundo Internacional de Conservação (ICCF) para a conservação dos parques nacionais de Luengue-Luianae e Mavinga “para a protecção da vida selvagem animal e vegetal e o desenvolvimento do turismo internacional sustentado”.
O presidente angolano reiterou o compromisso com os objectivos de desenvolvimento sustentável África 2063, mas não especificou quais as metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa no âmbito do Acordo de Paris.
“Reiteramos aqui a firme vontade e determinação de Angola continuar comprometida com a Acção Climática e com a adopção de um modelo de desenvolvimento de baixo carbono”, concluiu.
O Presidente de Angola falava na sessão desta manhã de declarações dos países sobre as suas metas e planos para combater as alterações ambientais.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, activistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de Novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) para actualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de Covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao actual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.
O que seria do mundo sem o MPLA?
O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, foi homenageado, em Washington (EUA), no dia 20 de Setembro, pela Fundação Internacional para a Conservação do Ambiente (ICCF), pelo envolvimento em iniciativas de defesa ambiental, referia – é claro – uma nota da Secretaria de Imprensa do Presidente da República que substitui os jornalistas nesta deslocação.
Na gala de homenagem da ICCF o Presidente João Lourenço puxou dos seus galões e, na presença de altas figuras da política local e internacional, com realce para a presença do homólogo colombiano, Iván Duque Márquez, e congressistas que não perderam a oportunidade de ter a honra de estar junto do escolhido por José Eduardo dos Santos para, como cabeça-de-lista do MPLA, ocupar a Presidência de Angola.
Em declarações, à Angop, o embaixador de Angola nos EUA, Joaquim do Espírito Santo, confirmou a presença de membros do Congresso, da Administração Biden, empresários americanos e de representantes de Organizações Não-Governamentais (ONG).
A ICCF é uma fundação educacional apartidária (porque não está sediada em Angola), com sede em Washington, cuja missão é “promover a liderança dos EUA na conservação internacional, por meio de parcerias públicas e privadas e desenvolver a próxima geração de líderes conservadores no Congresso dos EUA”.
A Angop apurou que durante a gala anual da ICCF foi assinado um memorando de entendimento entre o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente e a “African Parkes”. Trata-se de ONG fundada em 2000 e sediada em Joanesburgo, África do Sul, que administra parques nacionais e áreas protegidas em todo o continente africano, em colaboração com governos e comunidades vizinhas.
No mesmo dia, o Presidente João Lourenço participou numa mesa-redonda sobre investimentos em Angola, iniciativa da Câmara de Comércio Estados Unidos da América-Angola, na qual falou aos empresários americanos, a quem transmitiu uma mensagem sobre as oportunidades de negócios no país, na versão para estrangeiro ver.
Na ocasião, foi assinado um memorando de entendimento com a “Sun Africa”, empresa de energias limpas.
O embaixador de Angola nos Estados Unidos adiantou que o Chefe de Estado teve, também, um encontro com a Câmara do Comércio e Indústria dos EUA e com empresas americanas, para transmitir os passos que o Governo angolano diz ter dado e os domínios específicos em que empresários dos EUA podem investir e contribuir para a diversificação da economia do país. A favor de João Lourenço estava a sua aposta na alternância da pasta da Economia – quatro ministros em quatro anos.
Segundo Joaquim do Espírito Santo, devido às restrições decorrentes da pandemia da Covid-19, foram seleccionadas apenas 11 (das centenas) empresas que tiveram o raro privilégio de abordar com o Presidente João Lourenço questões que têm a ver com o investimento em Angola.
O papel de petrolífera do MPLA
Do ponto de vista formal, a petrolífera do regime, a Sonangol, diz que se empenha “para que os seus empreendimentos sejam desenvolvidos com base em fundamentos sólidos de sustentabilidade, de modo a prejudicar o menos possível o equilíbrio entre o meio-ambiente e as comunidades que dele dependem”.
“Especialmente nas nossas actividades com maior impacto no meio-ambiente, como são a exploração e extracção de crude, apostamos na aplicação de práticas sustentáveis e viabilidade de uma exploração não predatória dos recursos disponíveis”, afirma a empresa.
Assim, a Sonangol assume o compromisso de “Prevenir a poluição controlando os impactos ambientais resultantes das suas actividades e empregando os recursos naturais de forma eficiente.” Para atingir este objectivo, afirma, são implementadas medidas para a redução da geração de resíduos, efluentes e emissões.
Para atingir esse desiderato, a empresa diz que está a fazer: “Visitas de inspecção ambiental às instalações da Sonangol; campanhas de sensibilização; incentivo à recolha selectiva; acções de formação; divulgação de informação sobre datas ambientais; concursos ambientais; licenciamento ambiental das actividades da empresa; vIsitas de acompanhamento aos Projectos de Aquisição Sísmica da Sonangol EP e visitas e reuniões de acompanhamento do desempenho ambiental das operadoras”.
Como “Casos de sucesso”, a Sonangol apresenta as duas edições da campanha de limpeza à praia da Mabunda “que mobilizaram vários colegas, operadoras de blocos, Organizações Não-Governamentais e público em geral para a poluição do mar, um problema que afecta as espécies marinhas do litoral angolano”.
E também a instalação de Ecopontos em vários edifícios da Sonangol e nas creches, incentivando as crianças sobre a importância da recolha selectiva de resíduos com vista à sua valorização, bem como a divulgação de informações ambientais no Outlook “lembrando os colaboradores da importância de deixarmos um ambiente melhor para nossos filhos”.
No quadro da Campanha Mundial ‘Clean Up The World’, promovida anualmente pela Organização das Nações Unidas no mês de Setembro, “a Direcção de Qualidade Segurança e Ambiente (DQSA) realizou uma EXPOSIÇÃO TEMÁTICA intitulada ‘Do Lixo ao Luxo’, que teve lugar no edifício Sede da Sonangol E.P.”
O evento, recorda a empresa, “visou sensibilizar os trabalhadores da Sonangol sobre a problemática da gestão de resíduos, baseada no conceito da sua reutilização, reciclagem e reaproveitamento, e contará com a presença e colaboração da ambientalista angolana Eunice Melo”.
A Sonangol, em parceria com a empresa Net Service, realizou uma campanha de sensibilização e recolha de resíduos eléctricos e electrónicos na cidade de Luanda, com o apoio institucional do Ministério do Ambiente, cujo objectivo foi incentivar o descarte desses materiais de forma responsável”.
Recorde-se igualmente que um grupo de pouco mais de 40 mulheres da Sonangol E.P. e de algumas das suas subsidiárias, liderado pela administradora Anabela Fonseca, realizou no dia 21 de Março de 2016 a plantação de árvores da espécie Moringa em várias Instalações da petrolífera nacional localizadas em Luanda. A actividade, designada “Uma Mulher, Uma Moringa” enquadrou-se no âmbito da celebração do Dia Mundial da Árvore e da Floresta.
Folha 8 com Lusa