O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, afirmou em Luanda que por vezes Portugal “não sabe estar presente em Angola”, observando que a comitiva portista é mais apreciada neste país do que em território luso.
O líder portista discursava no final da cerimónia de posse dos novos corpos dirigentes da casa do clube de Luanda, que integram um ministro e um governador provincial.
“É agradável, direi mesmo que é reconfortante, a esta distância, ainda que num país amigo e irmão, possamos sentir que o FC Porto é aqui mais apreciado e amado do que em muitos sítios de Portugal”, observou.
Na mesma intervenção, Jorge Nuno Pinto da Costa apelou a uma função institucional da casa do clube na capital angolana, mais do que um espaço em que “se festeja muitas vezes vitórias do FC Porto” e de “convívio” dos adeptos do clube.
“Queria que esta casa fosse a presença do FC Porto sim, mas uma presença de Portugal, que tantas vezes não sabe estar presente como devia estar em Angola”, afirmou, numa cerimónia em que marcaram presença – note-se – três ministros e vários generais históricos angolanos, entre outros dirigentes e políticos.
Assumindo que a função institucional do clube em Angola “é uma missão”, Pinto da Costa transmitiu o desejo para o futuro da Casa do FC Porto de Luanda: “[Como símbolo do] Portugal que tem alma e coração de `dragão´ que está junto de vós, que está convosco. Não é à frente nem atrás. Ao lado, como irmãos”, disse.
“Nós consideramo-nos um símbolo do Porto, um símbolo de Portugal, mas queremos ser igualmente um símbolo de Angola”, rematou Pinto da Costa.
A Casa do FC Porto de Luanda – para a qual Pinto de Costa prometeu o voto para o próximo título de Dragão de Ouro -, é dirigida por Agostinho Rocha. Conta ainda, o que é certamente um prestígio e uma impoluta prova de honorabilidade, com o general Kundi Paihama (foto), governador da província do Huambo, e Augusto Tomás, ministro dos Transportes, respectivamente como presidentes da assembleia-geral e do conselho fiscal.
Tratando Pinto da Costa por “irmão”, e assinalando as palavras do dirigente portista no discurso oficial, o general Kundi Paihama não se coibiu a abordar a “pequena nuvem” nas relações entre Portugal e Angola.
“O meu irmão disse aqui algo que acho que já vão reagir amanhã. Eu sei quem é que vai reagir. É real que há muita gente que precisa de compreender como é que deve de estar, mas nós já sabemos que vamos lá”, afirmou Kundi Paihama.
A comitiva liderada por Jorge Nuno Pinto da Costa foi também recebida hoje pelo presidente angolano, José Eduardo dos Santos.