O jurista e professor universitário José Marcolino Moco foi exonerado pelo Presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, do emblemático cargo de Administrador não executivo da SONANGOL.
Por Ngonguela Makala Wity (*)
Na realidade a tese de o colocar naquele pelouro, foi mais a de o calar, reduzir-se ao analfabetismo textual do que a aproveitar as suas valências políticas e profissionais.
João Lourenço mostrou o pior lado dos ditadores dissimulados, que é dar de comer, oferecer tachos, acomodar para em troca receber o silêncio e a estupidificação intelectual de concorrentes internos ou adversários políticos.
Assim fez com Moco.
Conseguiu, inicialmente, quando a ingenuidade deste e o benefício da dúvida, o impediam de ver o óbvio, até que, paulatinamente, a musculatura cerebral, a raiva, o ódio começam a emergir na sociedade de forma feroz, que o fizeram ver que o antigo camarada de infortúnio, afinal era um dissimulado, um falso, um camaleão, que chegado ao poder, para cobrir as suas debilidades teria de impor uma política de terror de medo, única forma de se suplantar aos demais, já que o verbo, a retórica e argumentação lhe faltam, ostensivamente.
E, descrente Moco foi caminhando, no escuro, das barbaridades políticas de João Lourenço, que no afã de tentar ofuscar e assassinar a imagem política de José Eduardo dos Santos, montou uma polícia secreta, hedionda que sob a sua superior direcção dividiu(e) o MPLA, afastou referências, matriculou “meninos de creche e jovens desnorteados”, cujo mérito tem sido a de acirrar a divisão na classe política e o descontentamento interno e externo, como nunca antes, logo este jurista era sempre um alvo a abater.
João Lourenço para além de mostrar uma incontida covardia de ser camaleónico, denota incompetência gritante, cujo mérito é o de desgovernar e levar o país para o abismo económico e social e uma mais do que provável guerra, ante o caos que se vai instalando por toda Angola e o silêncio cúmplice dos bons, dos intelectuais patriotas, que se escudam no medo.
O Presidente de tanto desnorte não se dá conta da vulnerabilidade política e das ravinas que o cobrem cada vez mais, ilhado que está, até mesmo dos próximos, impotentes, por se tratar de um homem irascível. Esta silhueta não guindou nenhum autoritário, ditador, fascista ou corrupto dissimulado para os píncaros, pelo contrário é a lâmina afiada da guilhotina preparada para os inimigos, que lhe desferirá, também, o golpe fatal.
Ainda sobre a ingenuidade de Marcolino Moco, que acreditou, no carácter perverso de João Lourenço, a intelectual Maria João Ferreira Swart escreveu o seguinte:
«Moco não precisa de ir ou não para a oposição porque quando teve cargos e o nomearam foi sempre usado por ser umbundo que se contrapôs com o Demos na altura como SG da UNITA e originário do norte.
O M não tem elite intelectual de nada, que disparatada tem a pior vergonha de todos os tempos um vagão de ordinários, abruptos, oportunistas, saqueadores do limite humano, dos cifrões do Estado, tarados por jovenzinhas ou vulgo amantezinhas, insensíveis com a dor de todos e cada um e que julgaram que a trilha anti Dos Santos e filhos os levaria à maior masturbação desintelectualizada que são…
É tudo uma súcia e vão enterrar-se como o partido de Mobutu, Ceaușescu, creio da Roménia e tantos novos ditadores de colarinho que não se resistem à verdadeira merdita criada por eles e contra eles…
É um mal que não se consertará jamais, pois o povo marcou-lhes, o povo já não vê nem quer o “EME” para mais nada e, assim sendo se desengomam todos os colarinhos…
Daí que, até há sinais de novos ventos investigativos nos USA(?)!
Arderam e o João Lourenço foi a pior escolha e a maior derrota para a visibilidade da escória deles. Ridículo, arrogante, vexatório, mas já não tem nada a dar»…
Este é, hoje, a imagem, quase transversal de quem lidera o maior partido político angolano e a República de Angola.
Reflectir é preciso. TODOS!
(*) Sociólogo do Reino do Kongo e ex-militante do MPLA