Uma mão cheia de nada. Uma visão barroca. Uma estratégia imperial. A crista não baixou. As mortes, não foram sentidas, de Sílvio Dala a Inocêncio Nlandu, juvenilmente, assassinados, por balas adultas dos polícias do regime. Esperava-se ainda que disfarçada, uma singela homenagem, como Chefe de Estado.
O Presidente da República, João Lourenço falou (mais uma vez num português incorrecto, o que revela a sua incapacidade linguística quando fala sem rede) com representantes de associações juvenis. De pernas abertas, ao invés de braços abertos como faria um Estadista capaz de ser agente político para servir e não para se servir, nem sequer se tratou de uma questão de protocolo.
Neste 26 de Novembro, em Luanda, previamente todos tiveram de testar o COVID-19, não fosse o diabo tecê-las e contaminar o Chefe de Estado que, mesmo com distância social de segurança, não abdicou da sua máscara. Sentado numa cadeira distinta, qual soba grande, quando devia optar por uma cadeira normal, menos douradamente, menos monárquica, mais popular sem ser popularucha.
E isso ficou espelhado no dedo súbdito dos seleccionados jovens, uns no rastejo bajulador, ficam no louva sua majestade, distanciando-se da própria classe juvenil, ficando colados à oportunidade de serem untados, individualmente e não ver o alcance de medidas para o colectivo juvenil.
E, foi, está a ser assim, que em directo, o Presidente, num tom de voz sorrateiro, falou, lamentou, driblou, mas não chegou ao âmago. Falou do corredor de fundo, argumentado com as vantagens do fundo do corredor, dissertou com a necessidade de ter a porta aberta quando, no seu consulado, o máximo que conseguiu foi ter a Berta à porta.
Não colocou o jovem no centro, a educação, o desemprego, a fome e provou na atabalhoada resposta, quanto ao comércio estar a ser dominado pelos estrangeiros, aqui o Presidente colocou-se com empresário destes, lançando uma farpa aos sul-africanos e a xenofobia destes.
No seu desconhecimento estonteante, disse que os angolanos não estão impedidos… Santa ignorância mas, igualmente, uma passagem de atestados de menoridade aos cidadãos, jovens ou não, do MPLA ou não. Pois o angolano intermédio, pobre, não tem, ao contrário dos estrangeiros, apoio bancário. E rematou como sendo os angolanos os donos das cantinas, que as arrendam. Sim, para não morrerem à fome, não tendo apoio nem emprego. E aqui colocou-se como defensor do FMI e BM demitindo o Estado da Responsabilidade do emprego.
Os jovens, com este início não vislumbram nada. Nada! O Presidente não tem estratégia, não tem luz, não parece fadado ao lugar. E quem tem dúvidas basta ouvir o que ele diz quando fala de improviso. É nessa altura que vemos ser um político para quem dormir com o José Maria ou com a Maria José é a mesma coisa.
E, até, este ponto do seu discurso, foi aos outros países, como a Itália, mas alertando; “não precisam grandes apoios”. Infelizmente não deu o exemplo como se tornou latifundiário, se trabalhando com a mulher ou, também, locupletando-se do dinheiro do erário público.
Até aqui esperava-se mais, mas como desconseguiu responder os Tuneza, em nome da cultura, sem apoio e os taxistas, nada os jovens poderão esperar de um Presidente cuja agenda assenta numa visão externa. Distante do sentimento e sonho dos jovens angolanos, estes continuarão sem ser ouvidos, por falta de ouvidos presidenciais com uma estratégia para a juventude, onde por exemplo, se destacam, mais de 5 mil taxistas, sem direito a reforma, carteira assinada e subvenção do combustível.
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