O número de infectados pela Covid-19 em África subiu para 22.275, dos quais 5.489 recuperaram da doença, registando-se já 1.119 mortos, revelou hoje o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC). De acordo com o boletim que actualiza os dados da pandemia em África, nas últimas 24 horas os infectados por esta pandemia subiram de 21.096 para 22.275.
Os recuperados, que no domingo totalizavam 4.974, são agora 5.489. Em relação aos mortos, registou-se uma subida de 1.055 para 1.119. O norte de África continua a ser a região mais afectada: 9.563 casos, 2.162 recuperados e 795 mortos.
A pandemia afecta 52 dos 55 países e territórios de África, com cinco países – África do Sul, Argélia, Egipto, Marrocos e Camarões – a concentrarem mais de metade das infecções e mortes associadas ao novo coronavírus.
A África do Sul continua a ser o país com o maior número de casos (3.158), com 54 mortos, mas o maior número de vítimas mortais regista-se na Argélia (375), em 2.629 infectados.
O Egipto tem 3.144 infectados e 239 mortos, enquanto Marrocos totaliza 2.855 casos e 141 vítimas mortais. Os Camarões contabilizam 42 mortes em 1016 infectados.
Entre os países africanos lusófonos, Cabo Verde lidera em número de infecções, com 61 casos e uma morte. A Guiné-Bissau contabiliza 50 pessoas infectadas pelo novo coronavírus e Moçambique tem 39 casos declarados da doença.
Angola soma 24 casos confirmados de covid-19 e duas mortes e São Tomé e Príncipe, o último país africano de língua portuguesa a detectar a doença no seu território, continua sem casos registados, após uma primeira identificação de quatro casos positivos que não foram confirmados na segunda análise.
Na Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), estão confirmados 79 casos positivos de infecção, segundo o África CDC.
A nível global, a pandemia da Covid-19 já provocou mais de 165 mil mortos e infectou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando sectores inteiros da economia mundial.
Entretanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) sublinharam a importância de os governos nacionais manterem os seus planos de vacinação para evitar um maior impacto da pandemia de Covid-19.
Em comunicado, as duas organizações reiteram que é vital a manutenção dos serviços de imunização de rotina durante a pandemia de Covid-19, recordando que a situação actual “é um sinal de que as doenças infecciosas não conhecem fronteiras”.
“Todos os países são vulneráveis, independentemente dos níveis de riqueza ou da força dos seus sistemas de saúde. A necessidade urgente de uma vacina para a Covid-19 ressalta o papel central da imunização na protecção de vidas e economias”, pode ler-se no comunicado conjunto das duas entidades.
Perante a situação pandémica actual, OMS e UNICEF consideram que a importância dos programas nacionais de imunização de rotina “é mais crítica do que nunca”.
“Os governos devem aproveitar todas as oportunidades possíveis para proteger as pessoas das muitas doenças para as quais as vacinas já estão disponíveis”, frisam, lembrando que proteger crianças, adolescentes e adultos contra doenças preveníveis através da vacinação é uma obrigação para a sustentabilidade dos sistemas de saúde.
“Sabemos que a vulnerabilidade a doenças infecciosas é uma ameaça à saúde pública em todos os lugares”, diz Afshan Khan, directora regional da UNICEF na Europa e Ásia Central.
“É fundamental que os programas de imunização continuem durante esta crise, protegendo adequadamente os profissionais de saúde e os indivíduos que recebem vacinas. Alcançar as crianças mais vulneráveis, que perderam imunizações de rotina entretanto, deve ser uma prioridade”, avisa.
OMS e UNICEF consideram que se o combate à pandemia de Covid-19 causar interrupções temporárias nos serviços de imunização, os países devem planear retomá-los o mais rápido possível após a estabilização da situação.
“Podemos evitar um maior impacto da Covid-19 nos sistemas de saúde garantindo que indivíduos de todas as idades permaneçam vacinados de acordo com os cronogramas nacionais. Peço aos países que mantenham a prestação de serviços de imunização e direccionem as suas necessidades, mesmo neste momento difícil”, pediu Hans Henri Kluge, director regional da OMS para a Europa.
Numa nota final, OMS e UNICEF, antecipando já a existência de uma vacina para a Covid-19, solicitam a todos os países que estejam preparados para vacinar os grupos de maior risco e garantir que todos, incluindo os mais marginalizados, tenham acesso igual quando ela estiver disponível.
Folha 8 com Lusa