A produção de petróleo em Angola cresceu dez vezes desde a independência do país em 1975, dominando as exportações angolanas. Crescimento só acompanhado pelo número de angolanos que apenas conseguem, quando conseguem, sobreviver.
Os números foram apresentados hoje em Luanda pelo ministro dos Petróleos, José Maria Botelho de Vasconcelos, durante um fórum promovido pela Comunidade de Empresas Exportadoras e Internacionalizadas de Angola (CEEIA).
“O petróleo tem servido de base de sustentação ao nosso desenvolvimento”, apontou o ministro, ao abordar o peso do sector na economia nacional e a necessidade de diversificar os produtos de exportação angolana.
“Em 1975 estávamos a produzir cerca de 173 mil barris por dia. Hoje, passados quase 40 anos, estamos a produzir dez vezes mais (1,8 milhões de barris). Isto foi possível porque foram desenvolvidos princípios que deram suporte a esta estratégia, como a criação da nossa concessionária nacional, Sonangol, e o Ministério dos Petróleos”, reconheceu.
O governante acrescentou que o petróleo representava, há cinco anos, “entre 60% a 65%” do PIB nacional, peso que desceu actualmente para cerca de “41% a 43%”.
Admitiu, contudo, que o peso das receitas petrolíferas “continua ao nível de 1975”, enquanto na exportação essa preponderância é hoje de 98%, com quase metade da produção angolana – 46% a 48% – a seguir para a China.
Para 2015, segundo a proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) preparada pelo Governo angolano, está prevista uma produção diária de 1,8 milhões de barris de petróleo, um crescimento de 10% face a este ano.
O preço previsto pelo Governo para a exportação de petróleo – tendo em conta a quebra na cotação internacional do crude – cai dos 98 dólares por barril, de 2014, para 81 dólares. Esta baixa vai provocar um défice nas contas públicas estimado pelo Governo no OGE próximo ano de 7,6%, o que traduz a dependência que Angola continua a ter do petróleo.