O Presidente de Angola, João Lourenço, procedeu, enquanto comandante-em-chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA), a uma profunda remodelação nas chefias militares angolanas, tendo exonerado 88 oficiais e nomeado outros 66, indica uma nota oficial. Chefes militares à medida e por medida. Tal como antes…
Segundo a Casa Civil do Presidente angolano, João Lourenço passou também à reforma, através de um decreto, 47 oficiais (43 por limite de idade, entre eles o general Geraldo Sachipengo Nunda, e quatro por fim de carreira).
O Presidente colocou na lista de inactividade temporária (“disponíveis”) outros 10 e deu por finda essa situação em que se encontravam 11 oficiais generais.
O chefe de Estado (que é igualmente Presidente do MPLA e Titular do Poder Executivo), procedeu também a idêntica reformulação nas chefias da Polícia Nacional, promoveu 28 oficiais – dois ao grau de almirante, um ao de general, nove ao de tenente-general, 15 ao de brigadeiro e um ao grau de contra-almirante.
Entre os oficiais generais exonerados consta o comandante da Marinha de Guerra Francisco José, bem como seis generais, 25 tenentes-generais, 10 vice-almirantes, 38 brigadeiros e cinco contra-almirantes.
Nas promoções, João Lourenço tornou almirantes José Maria de Lima e João Pedro da Cunha Júnior. Um elemento foi promovido ao grau de general, nove ao de tenente-general, 15 ao de brigadeiro e um ao de contra-almirante.
Noutro decreto, o Presidente nomeou 66 oficiais generais das FAA, com destaque para o almirante João Pedro da Cunha Júnior (que fica com o cargo de comandante da Marinha de Guerra Angolana), um general, 16 tenentes-generais, seis vice-almirantes, 40 brigadeiros e dois contra-almirantes.
O vento mudou e ele exonerou
Novembro de 2017. O Presidente João Lourenço exonerou 19 chefias militares, oficiais generais nomeados anteriormente, para vários postos, incluindo na Casa de Segurança da Presidência, pelo então chefe de Estado, José Eduardo dos Santos.
Segundo uma informação disponibilizada na altura pela Casa Civil do Presidente da República, em contrapartida, o novo chefe de Estado nomeou outros 54 oficiais generais da sua estrita confiança.
Saíram de secretário-geral da Casa de Segurança do Presidente da República o tenente-general Luís Simão Ernesto, enquanto o tenente-general Humberto Gonçalves de Freitas foi exonerado do cargo de secretário para a Logística e Infra-estruturas da Casa de Segurança e o tenente-general Jesus Mário da Conceição Manuel foi exonerado do cargo de secretário para o Pessoal e Quadros, também da Casa de Segurança.
O tenente-general Paulo Maria Bravo da Costa foi exonerado do cargo de Chefe-Adjunto da Direcção Principal de Logística do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (EMGFAA), o brigadeiro José Manuel Filipe Fernandes do cargo de Director-Adjunto da Direcção Nacional de Administração e Finanças do Ministério da Defesa Nacional, o contra-almirante Gonçalo Lourenço de Sousa do cargo de Chefe da Direcção de Quadros da Direcção Principal de Pessoal e Quadros do EMGFAA e o tenente-general Jaime Manuel Pombo Vilinga do cargo de Director do Instituto Superior Técnico Militar do EMGFAA.
Entre outras exonerações na estrutura militar que recebeu de José Eduardo dos Santos, Presidente entre Setembro de 1979 e Setembro de 2017, João Lourenço retirou o cargo de Chefe da Direcção de Estudos e Investigação Militar do EMGFAA ao tenente-general Miguel Domingos Júnior, o cargo de Chefe da Direcção de Ensino e Pesquisa da Direcção Principal e Preparação de Tropas e Ensino do EMGFAA ao tenente-general João Jorge e o cargo de Director de Gabinete do Ministro da Defesa Nacional ao tenente-general Nassone João.
Outros seis brigadeiros e três coronéis foram igualmente exonerados de funções de chefias em várias estruturas militares.
Entre as 54 nomeações feitas na altura, João Lourenço colocou o brigadeiro José Manuel Filipe Fernandes no cargo de secretário-geral da Casa de Segurança do Presidente da República e o brigadeiro Angelino Domingos Vieira como secretário para o Pessoal e Quadros da Casa de Segurança.
O tenente-general Alberto Noé Alfredo passou a ser Chefe da Direcção de Guerra Electrónica da Direcção Principal de Inteligência Militar Operativa do EMGFAA, o tenente-general António Lamas Benedito Xavier Chefe da Direcção de Defesa Antiaérea da Força Aérea Nacional, o tenente-general Justino Lumbungululo como Director do Gabinete de Estudos e Assuntos Jurídicos do Serviço de Inteligência e de Segurança Militar.
O tenente-general Óscar Filomeno de Jesus Alves Marques foi nomeado para Chefe da Direcção de Administração, Finanças e Serviços Gerais do Serviço de Inteligência e de Segurança Militar e o contra-almirante António Paulo Basílio como Chefe Adjunto de Direcção de Contra-Inteligência Militar da Marinha de Guerra Angolana.
O tenente-general Miguel Domingos Júnior passa a ocupar o cargo de Director do Instituto Superior Técnico Militar do EMGFAA, o tenente-general Nassone João como Chefe da Direcção de Ensino e Pesquisa da Direcção Principal de Preparação de Tropas e Ensino do EMGFAA, e, entre outros, o tenente-general José Maria da Conceição Campos da Silva ficou com o cargo de Inspector do Serviço de Inteligência e de Segurança Militar.
General na reserva, João Lourenço tornou-se em Setembro de 2017 no terceiro Presidente da República de Angola, sucedendo a José Eduardo dos Santos.
Folha 8 com Lusa
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