Quando a injustiça abala o amor da vida, urge resistir

No dia 8 (ontem) rompi, definitivamente, com a última tábua de ligação à outra margem do rio da esperança, num 2019 espiritualmente melhor, tudo devido uma “picture fake news”. Tal como em 2018, colocaram-me em lugar nunca pisado com pessoas próximas, com recurso às técnicas do “Photoshop” (até podem, um dia, colocar-me como astronauta do satélite que desapareceu), visando passar a imagem de uma harmoniosa relação, quando tudo não passa de mais um jogo, igual ao dos políticos de baixo coturno. Sacanagem…

Por William Tonet

Noutro extremo, uma suposta amiga relata, conversa minha com uma mulher, com quem nunca tive intimidade, por desconhecida, sobre dados da família, levando-os a acreditar, na montagem de mais uma mentira, afastando o contraditório.

Apresentação de um bordereaux, para pagamento, através da conta de um terceiro, serviu para atribuição de relação, com pessoa, que não tenho, mas que através de várias engenharias, dissemina nas redes sociais esta tese, fazendo crer nas pessoas incautas, uma realidade forjada nas bibliotecas da Polícia Secreta…

E o grave é que quem mais devia estar do meu lado, nesta hora, legítima ou ilegitimamente, se precipita, acreditando na campanha, colocando uma longeva relação, no vermelho…

A serenidade e o tempo serão os melhores juízes, para o emergir da justiça, logo não perderei o foco da tolerância e respeito de quem prefere a ruptura, arma dos fracos, acreditando em mentiras.

Estou habituado às injustiças, às calúnias e às derrotas, que servem de antídoto às vitórias porque, hoje como ontem, sobreviverei, mais uma vez, cruzando a fronteira do amanhã.

O isolamento nem sempre é um mal e a prova tive-a nas Festas de Natal (qualquer dia ainda aparecem fotos, colocando-me no presépio do Nevada), passado sozinho, tendo servido para reflexão e estudo, dado os compromissos académicos no final de Dezembro e princípio de Janeiro, na UBA.

Não tenho o hábito de partilhar, questões menores, mas é das minúcias, que amiúde se destrói a vida e a carreira de muitas pessoas, até dos mais fortes, se desistirem de lutar pela verdade.

Eu não deixarei nunca de lutar, ainda que fique sozinho no deserto, lutando a favor da justiça, mesmo que esta tarde e nunca venha a assisti-la.

Desejo felicidades e sucesso a todos que, preferindo credibilizar as mentiras e calúnias, abalam as relações íntimas, de amizade e profissionais.

O INÍCIO DA ABJECTA CAMPANHA

A minha vida tem sido muito atribulada, desde 2012, altura em que o gabinete do Titular do Poder Executivo, decidiu com o apoio covarde do Ministério Público, Ordem dos Advogados, Ministério do Ensino Superior, cassar a minha carteira profissional de advogado.

Na saga demoníaca proibiram as gráficas de imprimir o Folha 8, as empresas, públicas e privadas, de publicitarem no jornal, sob pena de retaliações económicas, bem como o impedimento do exercício profissional: fim do exercício da advocacia, da docência universitária e da actividade jornalística.

Resisti com frieza, para a raiva e o ódio não cegarem a mente, desviando-me do foco principal. Assim me mantenho.

Quando o regime mandou a ex-DNIC (Investigação Criminal) invadir as instalações do F8, destruir o sistema informático e roubar todos os arquivos e computadores, para que não tivéssemos capacidade de produzir e assim encerrar, por falência, o nosso semanário, saímos à rua, na mesma semana, para surpresa dos algozes.

E aqui estamos com o mesmo vigor e compromisso de servir os que “não têm voz”.

A comunicação social pública e as suas antenas da Secreta davam notícias falsas sobre nós, desde fuga ao fisco, relações com a CIA e recepção de ajuda financeira de ONGs internacionais. TUDO MENTIRAS.

A estas infâmias resistimos, através da luta da “NÃO DESISTÊNCIA”, demonstrando e desmontando no tempo, todos os equívocos.

O F8 é um jornal, desde a sua concepção, fundação e crescimento, que não teve qualquer apoio do exterior; o F8 foi o primeiro órgão de comunicação social a devolver o financiamento integral de uma ONG: Open Society, quando esta pretendeu, interferir na sua linha editorial.

Com base nestes dados caiem por terra, as infundadas acusações em relação ao nosso projecto, que com fundos próprios, a entrega dos profissionais (os poucos) que não abandonaram o barco (apesar das condições apertadas e baixo salário), dando azo à LIBERDADE e à “VOZ A QUEM NÃO TEM VOZ”.

Toda esta resistência aguça as calúnias, injustiças e as acusações, também contra a minha vida íntima, social, familiar e profissional, com várias engenharias e estratégias abjectas.

ATAQUE COVARDE DA PROCURADORIA

O ntem, dia 8, como atrás me referi, dois telefonemas marcaram negativamente o meu dia, um vindo de pessoa íntima, como os raios das fortes chuvas (Vuluka) sustentado numa foto forjada, nos laboratórios, de quem está recalcada, não aceitando a realidade dos factos: ruptura e pretende dar imagem pública diferente e, outro, de uma das instituições do Titular do Poder Executivo (no qual depositei algumas esperanças), como a PGR, que reabriu um processo amnistiado, cheio de sacanagem e mentiras, alegando CRIMES CONTINUADOS, fazendo questão de reafirmar a decisão de manutenção da orientação de impedimento do exercício da profissão advocatícia, só alterável, na opinião do magistrado-ameaçador, “se em 2022, o MPLA e João Lourenço perderem as eleições e a oposição tomar as rédeas do poder”, asseverou…

Perdi a esperança de ver reposta a justiça neste novo consulado, quando um alto magistrado da Procuradoria-Geral da República, no pedestal da arrogância, discriminação e maldade, se regozija com a cassação da carteira profissional de advogado, de um cidadão, por alegadamente, o Presidente da República, João Lourenço. ter renovado as mesmas ordens do antecessor: “se ele estivesse contra, José Eduardo dos Santos e a seu favor, mandaria repor o quadro, porque, na prática, ele é quem manda na PGR”, disse, adiantando: “se nada fez, nem ordenou ao Procurador-Geral rever alguma irregularidade, pelo contrário, não se opôs à reabertura de um processo amnistiado, que viola a Constituição, nós, também, nada poderemos fazer, pois temos de garantir o pão dos nossos filhos e continuar o processo”.

Na verdade, muitos acreditam estar no DNA do regime do MPLA, perseguir, discriminar, desempregar e até assassinar quem pensa diferente e não o bajule.

Mas, pese todos estes rótulos, nunca deixei de acreditar na mudança e nos homens de bem, tanto que sempre tive ao meu lado, pessoas especiais, consolando-me, com carinho e amor, pois, por estranho que possa parecer, sem ela, não seria possível enfrentar tanta raiva, ódio de um regime, que atenta, todos os dias, através de mentiras e calúnias, muitas na internet, contra os direitos de um cidadão, pelo simples facto de pensar diferente.

Agora o alvo para desestabilização é o meu círculo intimo, de amor, que vai acreditando, na sucessão de mentiras.

Nada farei, nem me multiplicarei em justificativas para persuadir, quem não quer enxergar, numa trama que visa corroer os pilares de quem um dia elegi como a minha retaguarda e trincheira segura.

A fé impele-me a não deixar de lutar, por mais que sejam as injustiças, as calúnias, as fake news. E uma fonte de inspiração, dessa resistência foi a luta travada por Jesus Cristo, blafesmado e traído por quem mais confiava e gostava. Ciente disso, não deixou de lutar e sacrificar-se, na defesa de um bem maior, tanto assim é, que há mais de dois mil anos, desde a sua morte, na cruz, não se fala noutra coisa, senão na injustiça de que foi alvo, pela covardia e crime dos que acreditaram nas mentiras, lavando as mãos como Pôncio Pilatos…

Apesar de tudo isso, o meu grito de resistência é continuar a luta em prol dos objectivos maiores do nosso povo, acantonado em quartéis da desigualdade, discriminação e extrema pobreza, onde cerca de 20 milhões, nascem com fome, crescem com fome e morrem com fome.

Mesmo sozinho no deserto, não abdicarei de lutar, pelo amor, a liberdade, a democracia, até o dia da justiça cidadã e uma independência republicana.

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