VEJA VÍDEO DE NICOLAU SANTOS. O ministro da Comunicação Social de Angola, João Melo, encorajou hoje os nossos meios de informação a cooperarem com a Lusa – agência de notícias de Portugal, em que se destacam a formação e partilha de informação.
Por Orlando Castro (*)
O governante reuniu-se hoje com uma delegação da agência Lusa, chefiada pelo seu presidente do conselho de administração, Nicolau Santos, que se encontra em Luanda para o reforço da cooperação com órgãos de comunicação social de Angola.
Segundo João Melo, a Lusa manifestou intenções de expandir a sua cooperação e igualmente a sua colaboração em Angola, com órgãos de imprensa locais públicos e privados e com potenciais clientes.
“Nós, como Ministério da Comunicação Social, encorajamos os meios de informação locais, desde logo os públicos, a negociarem, conversarem com a Lusa, porque cremos que há possibilidades importantes de cooperação, que seja benéfica para ambas as partes, porque é do nosso interesse, como Angola, de termos informações sobre a nossa realidade que circule globalmente e a Lusa pode ser sem dúvida um canal para esse efeito”, disse o ministro.
João Melo desejou que essa cooperação seja mutuamente vantajosa e salientou que a mesma deve contribuir para o aumento do conhecimento mútuo entre Angola e Portugal, bem como dos demais países de Língua Portuguesa, tendo em conta que a Lusa opera em todo o espaço de língua portuguesa.
Espaço de língua portuguesa mas não só, senhor ministro. Por acaso é quase todo o mundo, da Europa, América do Norte, do Sul à Ásia.
“Mas não só, também queremos que através da Lusa e de outros canais e até de canais próprios, que a informação sobre Angola circule e se expanda globalmente”, frisou.
Para o ministro da Comunicação Social angolana, a Língua Portuguesa “sem dúvida, é um espaço global importante”, e que potencia essa cooperação.
Por sua vez, Nicolau Santos manifestou a intenção de alargar a cooperação da Lusa em Angola, com os órgãos de comunicação social que estiverem interessados em trabalhar em conjunto, nomeadamente na formação de quadros.
“As matérias de formação são muito sensíveis, segundo o senhor ministro, para os órgãos de comunicação angolanos e a Lusa tem uma grande tradição nessa área e pode, quer, fazer formação em Portugal, quer enviar jornalistas para Angola, para fazerem aqui formação, esse foi um aspecto essencial”, disse Nicolau Santos.
O presidente da Lusa destacou ainda como aspecto essencial no encontro a possibilidade de a agência portuguesa ser o veículo facilitador para Angola projectar para o mundo a nova fase e imagem que está a viver.
“Angola quer estar nas notícias pelo lado positivo e não sistematicamente, como aconteceu por alguns anos, pelo lado negativo, e a Lusa estará obviamente interessada em mostrar o que de bom também está a acontecer em Angola, independentemente de noticiar tudo o que tiver a noticiar”, referiu.
Ora aí está. “Noticiar tudo o que tiver a noticiar”. É claro que a definição do que é notícia varia e, no caso de Angola, a concepção de Nicolau Santos (também ele jornalista) não coincide com a de João Melo.
A cooperação a nível tecnológico é também um aspecto importante focado na reunião, na medida em que poderá existir a possibilidade de haver um investimento conjunto em sistemas tecnológicos.
“Por parte da Lusa, juntamente, por exemplo, com a Inforpress, que é a agência de Cabo Verde, e por parte da Angop, que é a agência angolana. É algo que temos que estudar, que teremos que aprofundar, mas que nos parece ser interessante, porque hoje em dia a tecnologia fica obsoleta muito rapidamente”, salientou.
Essa ligação, acrescentou ainda Nicolau Santos, permitiria a troca de impressões sempre que houver inovações tecnológicas, permitindo realizar inovações com um “menor esforço financeiro a todos os participantes”.
Em Angola, a agência tem como uma das apostas aumentar a produção de vídeos, de modo a colocar informação sobre o país nos grandes média internacionais, que têm como língua base o inglês, disse Nicolau Santos.
“Uma das possibilidades é fazer vídeo com tradução ou dobragem em inglês, para poder colocar essa informação em grandes médias internacionais, que têm como língua base o inglês, será muito mais fácil colocar essas reportagens, entrevistas, investigações que nós venhamos a fazer em Angola, se estiverem já traduzidas para inglês do que se não estiverem, essa é uma das linhas de actuação que este conselho de administração da Lusa definiu e que esperamos venha a ter sucesso”, acrescentou.
Da propaganda à… propaganda
João Melo, importa reconhecer, é alguém que com uma rara perspicácia faz a simbiose perfeita entre um acólito colonial e um mercenário da era marxista do MPLA. Num artigo publicado no dia 5 de Agosto de 2015 no Jornal de Notícias (Portugal), disse que “a prisão, em Luanda, de 15 activistas acusados de prepararem uma sublevação popular de atentado ao Presidente da República está a ser usada como pretexto para reviver, sobretudo em Portugal, as velhas campanhas anti-MPLA do período da guerra civil em Angola, quando a UNITA pagava o salário de numerosos jornalistas, políticos e outras figuras portuguesas, que adoravam as visitas à Jamba”
João Melo, na velha tradição dogmática do seu partido, reeditava velhas teses, segundo as regras – não menos dogmáticas – do seu “Jornal de Angola” (JA), desde sempre órgão oficial do MPLA, correia de transmissão do regime ditatorial que (des)governa Angola desde 1975.
De facto, no dia 12 de Maio de 2008, o Pravda (como é também conhecido o JA) ameaçou divulgar “as listas dos nomes dos quadrilheiros portugueses capturadas no bunker de Jonas Savimbi no Andulo”. Até hoje não o fez. E também, e mais uma vez, João Melo fala da questão mas não dá o nome aos bois. É pena.
Então, camarada ministro João Melo, como mais vale tarde do que nunca, não será esta a melhor altura para divulgar essa lista de “jornalistas, políticos e outras figuras portuguesas”? Não será altura de pôr tudo em pratos limpos?
Continuamos à espera das listas de quadrilheiros portugueses e, já agora, também da imensa listagem dos oficiais das FAPLA e depois das FAA que trabalhavam para Savimbi, assim como dos políticos do MPLA, alguns com altos cargos nos diferentes governos e que também eram assalariados do líder da UNITA, e ainda dos jornalistas (portugueses e angolanos), hoje rendidos aos encantos do MPLA, e que também eram amamentados por Savimbi.
Continuando os “diamantes de sangue” angolano a circular pelos areópagos da alta finança mundial, embora com outro nome, assim como o “petróleo de sangue”, seria bom que se soubesse (santa ingenuidade a nossa!) a que “quadrilhas” servem agora.
Há já muito tempo que o povo angolano vem assistindo ao gingar bamboleante e demagogo de João Melo, o Goebbels do MPLA que João Lourenço tanto gosta de ver dançar ao ritmo da sua batuta, vomitando raios e coriscos contra os sistemas económicos e sociais dos países mais desenvolvidos e democráticos.
Este tipo de fuga, ou cobardia psicológica, (agressão deslocada, como explica a psicologia), acontece porque ele tenta, sem sucesso, disfarçar os sofismas e as ambiguidades e contradições do MPLA que parasitam a sociedade angolana, económica e socialmente há 42 anos.
Ninguém é capaz de definir cientificamente o sistema económico e social imposto pelo MPLA, porque o MPLA muda de ideologia (tal como os seus sipaios) mais vezes do que o número de vezes que um doente sofrendo de disenteria necessita de utilizar instalações sanitárias. As explicações matumbas do Goebbels do MPLA acabam por ter o efeito contrário, demonstram que João Melo é um narcisista sanzaleiro e Angola está a ser governada por várias raposas a tomarem conta do galinheiro.
Neste momento o João Goebbels Melo afirma que a ideologia do MPLA se situa na área do socialismo democrático. Todavia há quem defina o sistema económico e social do MPLA como “chuchalismo” cleptocrático, perceptível no comportamento parasitário que favorece o enraizamento do capitalismo selvagem no nosso país.
As análises do João Goebbels Melo acabam por cair sempre num saco roto, dificilmente remendável. É este o “artista” que João Lourenço escolheu para Ministro da Comunicação Social. Para completar o ramalhete bem que o Presidente poderia ter escolhido outros “bailarinos”, caso de João Atum Pinto.
(*) Com Lusa