ANGOLA. Mais de 2.000 professores viram os salários de Abril suspensos, na província do Cuando-Cubango, e enfrentam “dificuldades” para ministrar as provas trimestrais, por falta de recursos para se deslocarem aos municípios, admitiu hoje o sindicato.
A situação foi relatada pelo presidente do Sindicato Nacional dos Professores Angolanos (Sinprof), Guilherme Silva, adiantando que a situação “afecta muitos docentes” pelo interior do país e inclusive “alguns directores provinciais de Educação”.
“Estão suspensos ou desactivados do sistema do Ministério das Finanças e não sabem como se deslocarem de casa para o trabalho, agora na época de provas”, explicou o dirigente sindical, acrescentando que a situação afecta quase metade dos mais de 4.000 professores da província.
O Ministério das Finanças de Angola suspendeu, em Abril, os salários de mais de 64.000 funcionários públicos em todo país, por se encontrarem em “situação de irregularidade”, entre elas “falta de documentos, dados incompletos e ainda dupla efectividade na função pública”, no âmbito do processo de recadastramento dos funcionários públicos.
Segundo o sindicalista, o “posicionamento unilateral” do Ministério angolano das Finanças “é muito grave” e “terá muitas implicações naquilo que é o aproveitamento do trabalho dos professores nas mais diversas localidades”, que implicam deslocações.
“Por isso, seria bom que o Ministério das Finanças revisse a sua posição e que comunicasse mais. Neste particular, o ministério poderia pelo menos dar uma moratória para as pessoas puderem rever as suas situações”, observou.
Por outro lado, Guilherme Silva lamentou igualmente o atraso salarial do mês de Abril, considerando que a situação tem representado “enormes constrangimentos” para os trabalhadores da função pública.
“No meu caso apenas ontem recebi o salário de Abril, como eu estou em crer que existem muitos colegas”, explicou o professor e líder do Sinprof.
Lusa