O coordenador da UNITA para as províncias do Bié e Cuando Cubango, Manuel Savihemba, exortou, na cidade do Cuito, os militantes desta formação política no sentido de contribuírem na preservação da paz e respeitarem as diferenças. Na mesma cidade, também o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), Geraldo Sachipengo Nunda, recomendou aos efectivos estacionados no Bié para reforçarem a prontidão combativa e a disciplina nas unidades militares.
A o fazer o balanço das actividades desenvolvidas pela UNITA, ao longo deste ano, Manuel Savihemba disse ser necessário que os militantes, simpatizantes e amigos do partido contribuam com actos positivos, de modo a fortalecer o estado de direito e a democracia no país.
Savihemba considerou positivos os actos desenvolvidas pelo partido naquela região, fundamentalmente na mobilização e sensibilização de novos militantes, bem como da campanha eleitoral das eleições gerais de 2017, onde a UNITA obteve dois deputados.
Manuel Savihemba encorajou, por outro lado, o Executivo liderado pelo Presidente João Lourenço, para reforçar a fiscalização dos deputados na execução dos programas e projectos de impacto social.
Entretanto, o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), general Geraldo Sachipengo Nunda, recomendou, também na cidade do Cuito, aos efectivos estacionados no Bié para reforçarem a prontidão combativa e a disciplina nas unidades militares.
Geraldo Sachipengo Nunda efectuou uma visita à província do Bié, destinada a inteirar-se do estado de prontidão combativa, táctica e operativa das tropas da 4ª Região de Infantaria Militar, estacionadas nos municípios do Cuito e Camacupa.
Durante a sua estada, o chefe de Estado-Maior encorajou os militares para primarem pela preservação da paz.
Nunda manteve um encontro com o governador do Bié, Álvaro Manuel de Boavida Neto, para se congratular pela colaboração no desempenho dos efectivos das FAA na região.
Boavida Neto assegurou que o governo está sempre disponível para trabalhar com as FAA, mormente na preservação da paz, desminagem, entre outras iniciativas.
Assim, a consolidação da paz e da democracia, desenvolvimento humano e bem-estar dos angolanos, bem como a edificação de uma economia diversificada continuam na ordem do dia, sejam quais forem os protagonistas. Estranho? Talvez não.
Não é estranho porque o MPLA, partido no poder desde 1975, não sabe fazer outro discurso e a UNITA também não. Pelos vistos ambos temem que a paz esteja em perigo e que a democracia um dia destes venha mesmo para ficar.
O Programa de Governo do MPLA para o período 2017-2022, baseia-se em quatro eixos – Angola da Inclusão, do Progresso e das Oportunidades; Angola Democrática e Socialmente Justa; Angola da Governação Moderna, Competente e Transparente; Angola Segura, Soberana e com protagonismo Internacional.
Segundo João Lourenço, o foco para os próximos cinco anos de governação “continuará a ser o combate à fome e à pobreza e o aumento da qualidade de vida do povo angolano”.
Mas afinal há fome e pobreza em Angola, depois de 42 anos de governação do MPLA e de 38 anos de presidência de José Eduardo dos Santos? Estranho, não? É claro que a culpa é, continua a ser, dos colonialistas portugueses. É isso, não é Presidente João Lourenço?
João Lourenço apontou objectivos “muito claros” a atingir entre 2017 e 2022, nos domínios político, económico e social, nomeadamente – cá está – a consolidação da paz e da democracia, a preservação da unidade e coesão nacional, o reforço da cidadania e construção de uma sociedade cada vez mais inclusiva, a concretização da reforma e modernização do Estado, entre outras.
Apesar de serem objectivos repetidos até à exaustão ao longo dos anos e nunca cumpridos, há sempre quem acredite. No entanto, na óptica do MPLA, nem é importante acreditar.
No domínio económico, João Lourenço aponta o desenvolvimento sustentável, com inclusão económica e social e redução das desigualdades, edificação de uma economia diversificada, competitiva, inclusiva e sustentável. Por muito que isso lhe custe, o seu MPLA está prometer fazer o que os portugueses já faziam em 1974. É obra.
No plano social, João Lourenço destaca a expansão do capital humano e a criação de oportunidades de emprego qualificado e remunerador para os angolanos. Boa! Isso significará que, nestes últimos 42 anos, o emprego não era qualificado nem remunerado? É mesmo isso. Mais ou menos ao estilo de peixe podre, fuba podre, panos ruins e porrada se refilarmos.
Garantir a soberania e integridade territorial de Angola e a segurança dos seus cidadãos, reforçar o papel de Angola no contexto internacional e regional e desenvolver de forma harmoniosa o território nacional, promovendo a descentralização e municipalização são outros dos objectivos referidos por um partido mentiroso que, bem vistas as coisas, só sabe untar o umbigo, estando-se nas tintas para os que são gerados com fome, nascem com fome e morrem pouco depois com… fome.
Nas medidas de política, o capítulo da estabilidade macroeconómica e sustentabilidade das finanças públicas dá destaque ao combate à inflação, o alargamento, se necessário, da aplicação do regime de preços vigiados, em defesa dos consumidores, sobretudo das camadas mais vulneráveis. É preciso ter lata e não ter vergonha de, mais uma vez, pensar que todos nós somos matumbos de pai e mãe.
Orientar a política monetária, com medidas que permitam assegurar a variação da base monetária dentro dos níveis programados, a concessão de crédito pelos bancos aos sectores produtivos, em particular aos que promovam diversificação económica e a exportações, e a definição de uma nova política cambial, com base num regime de taxa de câmbio flexível controlada, visando alcançar equilíbrio no mercado cambial, são algumas das estratégias prometidas. Tal como faz o Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte ou o Partido Democrático da Guiné Equatorial.
No campo da promoção do desenvolvimento humano e bem-estar dos angolanos, o MPLA programou para os cidadãos a definição de uma Política Nacional da População, a valorização dos jovens e a sua inclusão na vida económica e social, a protecção dos grupos mais vulneráveis da população e a sua reintegração social e produtiva.
O partido no poder em Angola desde 1975, ano da independência do país, promete ainda melhorar o bem-estar dos antigos combatentes e apoiar a reintegração socioeconómica de ex-militares, incrementar o nível do desenvolvimento humano dos angolanos, aumentando a esperança de vida à nascença e o seu acesso aos bens e serviços essenciais, melhorar e alargar o sistema de educação, bem como reduzir as assimetrias sociais e erradicar a fome.
No seu programa o MPLA toma como condição necessária para a reforma do Estado, o aprofundamento do processo de desenvolvimento de Angola, sublinhando que tem consciência que “um dos factores fundamentais para o sucesso das nações é o bom funcionamento das instituições”.
“Podemos ter muito boas estratégias, muito boas políticas, mas se as instituições não funcionarem devidamente, tudo o resto fracassará”, lê-se no ponto relativo à garantia da reforma do Estado, boa governação e combate à corrupção.
Por ser uma enorme enciclopédia de mentiras, o programa do MPLA não foi totalmente divulgado. Consta que o mesmo promete que, nos próximos cinco anos, os rios passarão a nascer na nascente e a desaguar na foz, que cada ano terá 12 meses, que cada dia terá 24 horas…