Já lá vão 42 anos que vivemos sob ocupação estrangeira de Angola, sem qualquer direito de decidir sobre o nosso próprio destino. 42 Anos como reféns na nossa própria terra, impedidos de sermos livres e felizes.
Por Nelinho Tuma
42 Anos, sem dignidade e submetidos à todo tipo de humilhações. Intimidações, prisões arbitrárias, execuções sumárias, como métodos de anestesiar o nosso Povo e obrigá-lo a esquecer seus direitos, a sua história e a sua cultura.
42 Anos de pobreza induzida, enquanto as nossas riquezas são espoliados em prol de interesses da força usurpadora.
A integração Administrativa da nação cabindense em Angola não foi do consenso cabindês, mas de três movimentos de libertação de Angola (FNLA, MPLA e UNITA) e PCP de Portugal nos acordos de Alvor em que mais tarde foi revogado por ser injusto aos cabindas, e posteriormente os angolanos começaram a afugentar os representantes da nação cabindesa (FLEC/FAC E FLEC RENOVADA) do seu próprio território para as matas. A ex-URSS (União Soviética), cubanos e congoleses da RDC pelas negociações que fizeram com o regime angolano (MPLA), entenderam invadir e apoiar Angola (MPLA) a ocupar o território de Cabinda.
Apesar de que a UNITA depois dos Acordos de Alvor sempre esteve ao lado dos cabindas, mais com uma ideologia diferentes dos cabindas que é nada mais e nada menos tornar Cabinda numa província autónomo de Angola. Nestas eleições ocorridas no dia 23 de Agosto do ano em curso, a UNITA numa primeira fase, no seu manifesto intitulado GIP prometeu aos Cabindas, tornar o território numa província autónoma algo que motivou muitos intelectuais cabindenses a fim de apoiarmos a UNITA e um pouco a CASA-CE, mas sempre com um pé dentro e o outro de fora.
É hora de nos organizarmos e dizermos basta às intimidações, basta à ocupação, basta o medo, basta a taxa de desemprego mais elevado ao nível de Angola e nos unirmos para juntos enfrentarmos a ocupação ilegítima de Angola (MPLA) com coragem para a nossa libertação e para a garantia de paz e progresso das gerações vindouras.
1º A nossa causa é justa e quem conhece a história de Cabinda reconhecerá a legitimidade da nossa revolução.
2º Não somos separatistas como o nosso colono MPLA ou como certos angolanos menos informados tentam manipular para confundir a opinião internacional. Cabinda é separado de Angola pela própria natureza, e a única ilegalidade é forçar a junção daquilo que Deus separou.
Lutar pela Identidade própria, é mais do que um dever de resgatarmos a nossa biografia e glorificarmos a memória dos nossos ancestrais e nossos heróis, é também uma imperativa categórica e condição indispensável de garantia de sobrevivência do nosso Povo, da nossa identidade cultural, e do nosso desenvolvimento.
Apenas estão a explorar os recursos enquanto podem e nós permitirmos. Razão pela qual nunca ao longo dos 42 anos de ocupação, não se preocuparam em fazer quaisquer tipos de investimentos em Cabinda que contribuísse para o bem-estar da população local.
Só nos restam duas escolhas: ACEITAR A ETERNA ESCRAVATURA DE ANGOLA (MPLA) OU LUTARMOS PELA NOSSA LIBERTAÇÃO.
A) – Para continuarmos a ser escravos, não precisaremos de fazer nada. Apenas ficarmos calados, submissos e conformados.
B) – Se a opção for a LIBERTAÇÃO, devemos ter coragem, ultrapassarmos as divergências que o MPLA incutiu ao povo e nos unirmos para enfrentarmos sem medo a força de ocupação Angolana (MPLA).
A revolução cabindense nesses últimos anos nunca mais teve o devido apoio externo e credibilidade internacional porque nunca fizemos nada para merece-los.
Precisamos de nos organizar de Miconje ao Yema e de Massabi ao Lucula Zenze, no exterior de Cabinda, e todos lutarmos, cada um como poder, mas movidos com o único objectivo e mesma ideologia em prol do reconhecimento da INDEPENDÊNCIA DE CABINDA e DO BEM-ESTAR DO POVO.
É do nosso conhecimento que a certos angolanos que também estão na luta do resgatamento da independência angolana das mãos do MPLA porque também tortura e escraviza os angolanos, por isso eu peço a eles que reconheçam os nossos direitos, porque tanto eles como nós que lutemos juntos primeiro para derrubar o regime como eu acredito que já o fizemos nestas eleições de 23 de Agosto.
A nós, cabe-nos reconquistar a nossa liberdade e resgatarmos a verdadeira personalidade histórico-jurídica de Cabinda. Não podemos esperar por milagres do céu, porque Deus fez a sua parte em atribuir-nos esta porção de terra chamado Cabinda.
A independência nunca foi dádiva alguma para povo nenhum, sempre foi uma conquista soante para com todos os povos oprimidos.
Temos jovens Intelectuais com capacidades de reflexão avançada. A nossa luta agora é por manifestações pacíficas, mas não aquelas manifestações que começam da missão Imaculada até ao Cine Chiloango é que conseguiremos alcançar os nossos objectivos.
Os objectivos só serão alcançados com aquelas manifestações pesadas que os começos sabem, mais o fim é somente para uma mesa redonda e com a presença da comunidade internacional no diálogo ou negociações.
Assim sendo, a conquista do reconhecimento da nossa independência, tal como outros povos o obtiveram, temos de nos empenhar.
«O Faraó manteve o povo Judeu 400 Anos no cativeiro Egípcio, mas logo que chegou o tempo foram libertos» E quem somos nós para não acreditarmos! Temos que ser optimistas e não pessimistas.
DE MICONJE AO YEMA E DE MASSABI AO ZENZE DO LUCULA – UNIDOS VENCEREMOS.
[…] ← Previous […]