“Filhos da Pátria” é título da peça da Companhia Kulonga hoje apresentada no palco da III Trienal de Luanda, no quadro das sessões de teatro às quintas-feiras. De forma artística, o grupo expõe em cena a problemática da guerra civil em que o país, Angola, mergulhou durante anos.
O drama do povo angolano, o sofrimento, a dor, o desespero, a ansiedade, os sonhos e o desejo profundo de ver Angola livre e em Paz. Esses elementos são representados com uma certa dose de humor que complementa a obra.
No dia 11 de Julho de 1998, surgia no Distrito Urbano do Rangel a Companhia de Teatro Kulonga, termo kimbundu que em português significa ensinar, teve como objectivo proporcionar aos jovens uma nova abordagem sobre a arte de representar. Este foi o mote para a escolha do nome do grupo: Kulonga.
Afonso Fernandes “Zamunda”, licenciado em Teatro em Cuba, foi o mentor do projecto. No reportório do grupo, constam mais de 20 peças teatrais, boa parte delas escritas e encenadas por Afonso Dinis Amankwah, actual director e encenador do colectivo. Os cerca de 15 jovens, com idades compreendidas entre os 14 e os 36 anos, constituem o elenco deste grupo.
A III Trienal de Luanda teve início no passado dia 1 de Novembro de 2015 e vai até finais de Agosto do corrente ano, sob o lema “Da utopia à realidade”. Esta iniciativa cultural visa resgatar, preservar e divulgar as obras e os criadores angolanos que trabalham para o desenvolvimento da nossa hegemonia cultural, nas mais variadas disciplinas artísticas.
Do tradicional à arte multimídia, a Trienal de Luanda é um exercício que se contrapõe à violência, respeita a diferença, redimensiona e valoriza o outro, enquanto sujeito artístico de acção, tendo como objectivo o resgate, através das Artes Visuais e Cénicas, os orbes da nossa memória colectiva.
Nesta vertente, a III Trienal de Luanda já realizou, desde Novembro de 2015 a 7 Maio de 2017, 2.203 eventos (artes visuais, cénicas, literatura, projecto educação e entrevistas), 2.704 artistas participaram, tendo um total de público de 215.422 pessoas, em 474 dias de actividades.