O novo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Valter Filipe Silva, quer transformar a instituição numa “verdadeira autoridade cambial”, objectivo traçado em pleno momento de crise financeira e económica devido à queda das receitas com a exportação de petróleo.
Valter Filipe Silva falava aos jornalistas, em Luanda, depois de ter sido empossado nas funções pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, precisamente numa altura em que, por exemplo, os bancos nacionais não conseguem comprar dólares ao BNA há três semanas, divisas necessárias à importação de matéria-prima e outros compromissos, compras que estão a ser garantidas apenas com euros.
“Uma verdadeira autoridade cambial, uma verdadeira autoridade regulamentar, uma verdadeira autoridade monetária e uma verdadeira autoridade de supervisão”, explicou o jurista Valter Filipe Silva sobre as novas funções no BNA, para as quais foi nomeado por decreto presidencial, em paralelo com a exoneração, a seu pedido, do anterior governador.
Ministro das Finanças em 2008, José Pedro de Morais Júnior foi nomeado a 16 de Janeiro de 2015, pelo Presidente da República, para o cargo de governador do Banco Nacional de Angola, substituindo então nas funções José de Lima Massano.
É substituído no cargo por Valter Filipe Silva, numa altura em que se agrava a crise financeira e económica em Angola, decorrente da quebra para menos de metade nas receitas com a exportação de petróleo, com reflexos no desemprego, numa taxa de inflação anual que chegou em Janeiro a 17% e num total de reservas internacionais, necessárias para importar alimentos e matéria-prima, em sucessivos mínimos de vários anos.
O novo governador do BNA enfrenta uma crise de escassez de divisas, o que já levou o dólar a disparar para mais do dobro no mercado informal, face à taxa oficial de câmbio.
“O Presidente da República o que quer é que haja prosperidade nas famílias e para tal é necessário termos um sistema financeiro forte”, disse ainda o novo governador do BNA.
Os lucros da banca angolana caíram 50% em 2014, influenciados pela situação no ex-Banco Espírito Santo Angola (BESA), segundo a análise que a consultora Deloitte apresentou em Luanda em Setembro do ano passado.
Angola contava em 2014 com 23 bancos e o resultado líquido do sector caiu para 45,4 mil milhões de kwanzas (259 milhões de euros), comparando com o ano anterior, devido ao ‘caso BESA’, que foi transformação em Banco Económico, após intervenção do (BNA).
“Não considerado esse efeito [ex-BESA], os resultados líquidos do sector teriam registado um crescimento de 12%”, conclui a 10ª edição do estudo “Banca em Análise”, que analisou dados do BNA.
Em 2014, o Banco de Fomento Angola (BFA), detido pelo português BPI, foi o que mais lucrou, com 31,7 mil milhões de kwanzas (181 milhões de euros), seguido do BIC, com 20,5 mil milhões de kwanzas (117 milhões de euros) e do Banco Angolano de Investimento (BAI), com 12,8 mil milhões de kwanzas (73 milhões de euros).
O estudo da Deloitte refere ainda que o crédito líquido a clientes em Angola aumentou 8% face a 2013, ultrapassando, em valores agregados, os 2,930 biliões de kwanzas (16,7 mil milhões de euros).
Contudo, o crédito vencido também disparou, 11,2%, e ascende actualmente a 14,5% do total, equivalente por isso a cerca de 2,8 mil milhões de euros, com alertas “à evolução desfavorável dos rácios de crédito vencido” que se verificou no último ano.
Em termos globais, o volume de activos das instituições financeiras angolanas cresceu 7,26%, face ao ano anterior, para 7,129 biliões de kwanzas (40,6 mil milhões de euros).
Folha 8/Lusa
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