O governo angolano reafirmou hoje, terça-feira, em Nova Iorque (EUA), o compromisso com o combate à pobreza e o desenvolvimento sustentável do país. Pela voz do vice-presidente, Manuel Vicente, que discursava na “Cimeira Mundial do Clima”, convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban ki-moon, em véspera do início do debate geral da 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU, todos recordaram o que já ouvem há vários anos.
Manuel Vicente disse que o compromisso para garantir o desenvolvimento sustentável está consagrado na Estratégia de Desenvolvimento a Longo Prazo até 2025, aprovado em 2012, do qual se concebeu o Programa Nacional de Desenvolvimento 2013-2017.
Para o Vice-presidente, “o desenvolvimento inclusivo insta-nos a transformar as nossas necessidades, desafios e compromissos, para com as gerações actuais e futuras, na edificação de uma Economia cada vez mais sustentável e responsável”.
Afirmou também que as alterações climáticas são pela sua natureza um “fenómeno digno de comandar a nossa especial atenção, vigor e dedicação”. Considerou que para o governo angolano é um privilégio estar engajado na negociação de um novo acordo global sobre o clima, já que este processo proporciona a humanidade a oportunidade de edificar um regime climático justo, que assegure a redução das assimetrias na qualidade de vida de todos, e a protecção do sistema climático para a presente e futuras gerações.
Manuel Vicente disse que se tem assistido nos últimos anos, em Angola, ao avanço da desertificação e seca em algumas regiões e calamidades com chuvas torrenciais em outras, que afectaram populações, forcando o desalojamento de mais de 48 mil famílias, o que motivou a aprovação de um programa de emergência do governo.
Explicou que este programa está a cargo de um comité multidisciplinar que assegura a integração e coordenação de políticas relacionadas com as alterações climáticas nas estratégias de desenvolvimento sectoriais.
O vice-presidente da República acha que o país precisa de ser compensado com financiamentos bilaterais e multilaterais para melhorarmos os resultados e projecções de desenvolvimento.
Falou da necessidade de se aperfeiçoar os mecanismos e dar continuidade às responsabilidades de Kyoto, que motivaram os africanos a engajarem-se em esforços de mitigação e adaptação.
Afirmou ser importante a protecção das Florestas Tropicais, como a de Maiombe, e o financiamento de programas que permitem compensar a falta de fundos para a compensação dos esforços dos Países Africanos e avaliação dos benefícios de preservação dos ecossistemas.
Manuel Vicente considera que relativamente ao mercado de carbono, a queda dos valores da comercialização não permitem aliciar negociações que consideramos úteis e incentivadoras para o estabelecimento de economias de baixo carbono.
Declarou ser urgente acelerar a capitalização e operacionalização do Fundo Verde do Clima, adequando-o a realidade dos países, e à necessidade de contribuir para a redução da pobreza e implantação de programas de adaptação.