A situação logística dos três ramos das Forças Armadas Angolanas (Exército, Força Aérea e Marinha de Guerra) está a ser analisada hoje, em Luanda, numa reunião da Direcção Principal de Logística do Estado Maior General das FAA.
D urante o encontro, que termina amanhã, os participantes deverão avaliar o estado de execução dos programas de investimentos, aquisição e abastecimento de produtos, bem como proceder ao balanço das transportações efectuadas no segundo e terceiro trimestres de 2015.
Ao discursar no acto de abertura, o vice-chefe do Estado Maior General das FAA para a logística e infra-estruturas, Geraldo de Abreu Muengo “Kamorteiro”, afirmou que conduzir a logística em 2015 não foi tarefa fácil, devido às dificuldades económicas e financeiras que o país vive.
Ainda assim considerou que, apesar das dificuldades, 2015 não chegou a penalizar as pessoas, graças ao empenho, unidade de pensamento e o espírito de equipa e patriotismo dos quadros ligados à direcção principal de logística.
“Por esse grande feito, felicito-vos sincera e honestamente”, expressou o general, tendo chamado a atenção dos presentes para similares dificuldades a enfrentar em 2016, ao mesmo tempo que os exortou a manterem a dedicação, disciplina e espírito de boa camaradagem.
Por outro lado, o responsável militar advogou a concretização da sugestão dada recentemente pelo Comandante-em-Chefe das FAA, José Eduardo dos Santos, segundo a qual as Forças Armadas e a Polícia Nacional devem implementar a produção alimentar, buscando experiencias dos exércitos que assim procedem há bastante tempo.
“Assim, exorto-vos a uma reflexão profunda sobre o assunto neste encontro e que uma equipa especializada produza um documento a ser apresentado na reunião dos dirigentes, a ter lugar em Janeiro de 2016”, disse o general Kamorteiro.
Recorde-se, entretanto, que Angola vai comprar fardamento e outro equipamento militar no valor de 44,6 milhões de dólares a uma empresa chinesa, segundo um despacho do Presidente José Eduardo dos Santos.
De acordo com o documento que autoriza a compra, de 15 de Setembro, o negócio envolve a China Xinxing and Export Corporation, que segundo informação da própria empresa conta com 180.000 trabalhadores e mais de 50 subsidiárias da área militar, como fábricas de vestuário, calçado e protecção individual.
A empresa chinesa refere ter negócios com 40 países africanos, para onde vende anualmente mais de 100 milhões de dólares em equipamentos.
No despacho assinado pelo Presidente José Eduardo dos Santos é autorizada a inclusão deste projecto de Fornecimento de Fardamento e Equipamento de Uso Militar para as Forças Armadas Angolanas na Programação Anual de Investimento Público (PIP) e assinatura do contrato com a empresa chinesa pelo ministro da Defesa, João Lourenço.
Os três ramos das Forças Armadas Angolanas integram actualmente cerca de 100.000 militares.
Angola prevê gastar este ano 847,3 mil milhões de kwanzas (mais de 5,5 mil milhões de euros) na Defesa, Segurança e Ordem Pública, de acordo com o Orçamento Geral do Estado (OGE) revisto em Março, devido à quebra nas receitas petrolíferas, o que representou um corte de 17,2% face ao orçamentado anteriormente.
Estas áreas – que envolvem o sector militar, polícias, bombeiros, tribunais, prisões e protecção civil – representam, em conjunto, 15,5% do total despesa pública angolana programada para 2015 pelo Executivo angolano.
Foto: Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas, general Geraldo Sachipengo Nunda