«O MEU PAI MERECE MÉRITO, NÃO PERDÃO!»

Rafael Massanga Savimbi, filho do membro fundador da UNITA, declara-se contra a atribuição da medalha comemorativa dos 50 anos da Independência Nacional ao seu pai, Jonas Malheiro Savimbi, como sinónimo de perdão. Exigindo que a condecoração aos consignatários dos Acordos de Alvor (15 de Janeiro de 1975) anunciada no dia 15 deste mês pelo Presidente da República seja em reconhecimento pelo seu contributo no alcance da independência.

Por Geraldo José Letras

Durante o acto de formalização da sua candidatura à presidência do maior partido da oposição que o MPLA a todo custo ainda permite a existência, nesta terça-feira, 21 de Outubro de 2025, Massanga considerou a decisão de condecorar Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas Malheiro Savimbi, um “bom gesto”, porém criticou o facto de João Lourenço ceder à pressão popular por um sinónimo de perdão, contrariando vozes que defendem reconhecimento por mérito aos três signatários dos acordos que resultaram na transferência do poder político colonial português ao MPLA.

“É um bom gesto, mas é importante dizer que não se trata de perdão. Trata-se de mérito. Jonas Savimbi, Holden Roberto e Agostinho Neto, ao mesmo título, trabalharam para a independência nacional. Eu acho que é importante que Angola alcance essas pequenas coisas”, disse.

Sobre a apresentação da sua candidatura à liderança do Galo Negro, o político apelou à calma dos seus apoiantes, desconsiderando especulações sobre possíveis actos de sabotagem nas estruturas internas da organização contra a sua pretensão. “O primeiro passo do nosso processo é a formalização da nossa candidatura. Agora vamos esperar a comissão de mandato fazer o seu trabalho, e no dia 23, 24 vamos ouvir os resultados” referiu.

“Nós fizemos o nosso trabalho normalmente. E queremos garantir a todos os angolanos que este processo vai correr bem. A UNITA não vai sair fraca nesse processo, mas pelo contrário, sairá mais unida, mais forte para disputarmos as eleições em 2027 e vamos vencê-la sem sombra de dúvidas”, reiterou.

Questionado sobre se este será o melhor momento para concorrer ao mais alto cargo do partido, Rafael Massanga Savimbi disse estar a contribuir para o fortalecimento da organização, união e democracia dos maninhos: “Este é o momento de eu dar a minha contribuição para que o nosso partido se unifique cada vez mais, se organize melhor e dispute taco a taco com o MPLA e vença as eleições. A minha entrada é para contribuir para que a UNITA assuma o poder em 2027”.

Fundada em 13 de Março de 1966, a UNITA já conta com três individualidades na presidência, nomeadamente Jonas Malheiro Savimbi, Isaías Henriques Ngola Samakuva e Adalberto Costa Júnior. Na sua observação histórica das três lideranças, RMS, como também é referenciado nas lides políticas, disse que a força política continua dinâmica e adaptando-se sempre para o jogo político em Angola, almejando o poder.

“Claramente que a UNITA vai evoluindo. A UNITA não é estática. A UNITA está num jogo político, naturalmente a UNITA vai se adaptando e conquistando mais espaço, e eu acho que vocês sabem que hoje, o partido mais querido em Angola é a UNITA. A UNITA é um partido histórico e é sobretudo o partido da juventude”, concluiu.

O XIV Congresso Ordinário da União para a Independência Total de Angola (UNITA), recorde-se, vai decorrer nos dias 28, 29 e 30 de Novembro deste ano.

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