O Reino Unido e Angola assinaram hoje um memorando de entendimento para reforçar o desenvolvimento de Parcerias Público-Privadas (PPP), centrado na transferência de conhecimento técnico, criação de mecanismos de preparação de projectos e partilha de boas práticas.
O acordo foi rubricado em Luanda pelo embaixador britânico, Bharat Joshi, e pelo ministro do Planeamento, Vítor Hugo Guilherme, prevendo o acesso a modelos contratuais padronizados, o desenvolvimento de um Mecanismo de Preparação de Projectos (MPP) e a capacitação institucional do Estado angolano.
Segundo o Ministério do Planeamento, este instrumento vai permitir que investidores britânicos tenham acesso a projectos estruturados e bancáveis, reduzindo custos de transacção e prazos de desenvolvimento, ao mesmo tempo que mitiga riscos políticos e operacionais.
Os sectores prioritários identificados em Angola incluem energia, transportes, logística e diversificação económica, considerados de elevado retorno de investimento.
“Este memorando é mais do que um documento. É um compromisso partilhado para alcançar resultados concretos na agenda de PPP de Angola. Reflecte a ambição comum de construir uma estrutura justa, transparente e sustentável, que beneficie não apenas hoje, mas também as gerações futuras”, disse o embaixador Bharat Joshi, durante a cerimónia de assinatura.
Em declarações à Lusa, o diplomata sublinhou que, numa primeira fase, o memorando não envolve financiamento directo, mas aposta na formação de quadros angolanos e na preparação de projectos sólidos.
“O Reino Unido traz décadas de experiência em PPP. Aprendemos muito com os sucessos e também com os erros. Queremos partilhar essas lições com Angola, para que o país desenvolva um sistema de PPP que realmente sirva os angolanos”, acrescentou Bharat Joshi.
O embaixador destacou ainda que instituições britânicas como a UK Export Finance (UKEF) e a British International Investment (BII) poderão futuramente apoiar projectos em Angola, aproveitando o acesso ao mercado financeiro de Londres para atrair capital competitivo.
Adiantou ainda que, além do Corredor do Lobito, há empresas britânicas interessadas em iniciativas nos sectores da energia, agricultura e mineração.
“O Corredor do Lobito é muito importante, mas não devemos focar apenas nele. Angola tem oportunidades em várias áreas, e queremos trabalhar lado a lado com o Governo para transformá-las em realidade”, concluiu o diplomata.