Adriano Sapinala afirmou, com razão, que João Lourenço excluiu Jonas Savimbi e Holden Roberto para as comemorações dos 50 anos da independência de Angola. No entanto, pelos meus modestos conhecimentos, diria que João Lourenço não os excluiu—ele próprio se auto-excluiu, por não estar à altura dessas duas figuras históricas da política angolana.
Por Malundo Kudiqueba
Savimbi e Holden não apenas participaram da luta política, mas fundaram partidos políticos que marcaram a história de Angola. O que João Lourenço criou no contexto político nacional? Sejamos justos: criou 500 empregos, transformou sua província natal, Benguela, numa “Califórnia”, enquanto milhares de angolanos enfrentam dificuldades extremas, chegando a buscar sustento no lixo.
O MPLA é um partido grande, mas dirigido por líderes pequenos. O problema não é o tamanho do partido, é a pequenez de quem o dirige. Prefiro um partido pequeno com grandes líderes a um partido gigante comandado por homens pequenos. O MPLA cresceu em tamanho, mas encolheu em grandeza. Eu não quero partidos grandes, quero partidos que façam história.
João Lourenço, autoproclamado campeão da paz, deveria demonstrar outra postura. Ao discriminar e não promover a verdadeira reconciliação, expõe-se como um falso promotor da paz. No futuro, teremos um outro presidente que terá magnitude e dignidade para reconhecer e respeitar Savimbi e Holden.
Enquanto João Lourenço distribui medalhas e condecorações aos corruptos e aos que roubam, como a sua protegida ministra das Finanças, Vera Daves, o povo sofre sem condições dignas de vida. Quem premeia ladrões e castiga patriotas está a escrever a sua própria sentença no tribunal da história.
Hoje, 22 de Fevereiro, marca o dia em que Jonas Savimbi foi assassinado. Os angolanos lembram-no com nostalgia e choram em silêncio, não apenas pela sua ausência, mas pelo rumo que o país tomou desde então. Hoje, são governados por usurpadores, malfeitores e oportunistas sem princípios, que traíram os ideais de justiça e liberdade. O sonho de uma Angola próspera foi sufocado pela corrupção, e o povo, antes esperançoso, agora sobrevive entre a desilusão e a miséria.
Pessoas como Jonas Savimbi não nascem todos os dias. A sua visão, a sua coragem e o seu espírito combativo deixaram uma marca indelével na história de Angola. O tempo, esse juiz imparcial, encarrega-se de fazer justiça à memória de Savimbi.
Angola chora em silêncio por quem ousou sonhar com uma pátria livre de verdade. Chora porque aqueles que se levantaram contra a injustiça foram calados, enquanto a corrupção e a miséria continuam a sufocar o povo.
Passados todos esses anos, Angola continua a chorar a morte de Jonas Savimbi, como se o tempo não tivesse conseguido curar a dor da perda de um líder que representava a esperança de um país melhor. A sua ausência é sentida nas ruas e nos corações de um povo que ainda busca respostas para o futuro que ele um dia sonhou.
O silêncio de hoje pode ser o grito de amanhã, e a história sempre se encarrega de fazer justiça àqueles que lutaram por um país melhor. Hoje, 22 de Fevereiro, não é apenas uma data para recordar, mas para lamentar o naufrágio de um país que perdeu o rumo e o propósito.