ÁGUA E SANEAMENTO URBANO EM ANGOLA

“Antes deste apoio, tínhamos muitas dificuldades em aceder à água. Costumávamos ir buscá-la ao rio. Era muito longe para nós e sofremos de muitas doenças. Mas agora, desde que temos água disponível para todos, a cólera diminuiu significativamente, e as infecções também diminuíram muito, por isso estou muito grata”, conta Clementina Artur, mostrando o impacto real da intervenção transformadora do Banco Africano de Desenvolvimento na vida das pessoas, com o Projecto de Apoio Institucional e à Sustentabilidade do Abastecimento de Água e Saneamento Urbano, que começou em 2015 e será concluído no final de 2025.

Quando a iniciativa do Banco Africano de Desenvolvimento chegou a estas comunidades em Angola, não se limitou a instalar infra-estruturas – transformou a vida das comunidades mais vulneráveis, sem deixar ninguém para trás.

Isabel Sambovana é outra história de sucesso. A sua vida mudou completamente com a instalação de uma latrina na sua comunidade (Sumbe).

“Antes de ter a sanita, eu era obrigada a ir ao capim atrás da parede da minha casa. Era muito doloroso devido à minha idade. Mas agora tenho uma casa de banho, e isso facilitou a minha vida. Com a sanita aqui no quintal, não preciso de me deslocar. Tenho mais dignidade”, explica uma das beneficiárias do projecto.

Antes desta instalação, as pessoas da comunidade eram obrigadas a defecar ao ar livre, aumentando doenças como a cólera, a diarreia e a malária, mas agora, com saneamento adequado, as mulheres recuperaram a sua dignidade e segurança.

Agora, tudo mudou. Mais importante ainda, a sanita de Isabel mudou a sua vida. Isso motivou a comunidade a construir mais 301 latrinas.

Um projeto que se integra e se complementa, como a vida.

O projecto, que deverá ser concluído em Dezembro de 2025 após uma década de implementação, apresentou resultados notáveis: as sete empresas de serviços públicos apoiadas pelo projecto realizaram um total de mais de 59.008 ligações de água domésticas, alcançando um total de mais de 472 mil pessoas.

Foram legalmente constituídas sete empresas de serviços públicos, que receberam assistência técnica para estabelecer uma função de gestão financeira sólida e envolver o sector privado na operação e manutenção; estão em funcionamento 179 quiosques de água geridos por mulheres em áreas periurbanas; foram construídos três novos laboratórios de qualidade da água em três províncias diferentes (Cunene, Bengo e Sumbe); 11 cidades costeiras desenvolveram os seus planos de investimento em saneamento, dos quais três avançaram para a fase de investimento e outros cinco garantiram compromissos financeiros, e foram desenvolvidos planos directores para as capitais provinciais.

Foi desenvolvida uma estratégia de inclusão social e de género e um plano de acção para o sector. Foi desenvolvido um programa de estágios que ajudou cerca de 60 jovens angolanos a aprender e a adquirir experiência técnica em gestão de projectos, engenharia, gestão financeira, ambiente, social e outras áreas relevantes.

Os números são só uma parte da história O gestor do projecto do Banco Africano de Desenvolvimento, Eskendir Alemseged, afirmou que “o projecto é transformador, abordando desafios críticos relacionados com a reforma institucional, o desenvolvimento de infra-estruturas e a melhoria da prestação de serviços numa vasta área geográfica em Angola. Através da sua abordagem abrangente, o projecto não só proporcionou acesso a água potável a mais 472 mil pessoas, como também melhorou os sistemas de prestação de serviços, com um impacto positivo em quase 1,5 milhões de pessoas. Esta intervenção em grande escala lançou as bases para serviços de água e saneamento mais resilientes e equitativos em todo o país”.

Para mulheres como Helena, o projecto proporcionou mais do que água, saneamento e infra-estruturas – trouxe independência financeira e empoderamento.

“Comecei como estagiária e agora sou responsável pelo departamento de microbiologia. Somos quatro mulheres e dois homens, e o trabalho do laboratório é realizar análises físicas, químicas e microbiológicas da água. Além de Sumbe, o laboratório apoia alguns municípios da província de Kwanza Sul, como Gabela e Porto Amboim. Este projecto trouxe uma grande mudança na minha vida. Antes, eu estava desempregada, mas agora trabalho numa área fascinante, onde adquiro mais conhecimentos todos os dias, e isso é muito gratificante”, explicou.

No caso da jovem Gilda Giza Rede, a viagem começa hoje. Num grupo de 10 estagiários, ela é a única rapariga a trabalhar como técnica de manutenção electromecânica na ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) do Sumbe.

Com apenas 20 anos, tem grandes expectativas em relação à função que desempenha e está ansiosa por aprender: “Este projecto da ETAR do Sumbe vai ajudar muitas famílias em termos de prevenção de doenças e gestão de águas residuais, vai ajudar os agricultores a ter acesso a fertilizantes orgânicos”, afirma.

A água é vida – e para o Banco Africano de Desenvolvimento, estas palavras são uma visão significativa sobre como continuar a avançar e melhorar a qualidade de vida do povo de Angola.

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